Chuvas intensas e secas prolongadas têm causado estragos em diferentes partes do país, resultando em inundações, deslizamentos de terra e deslocamentos populacionais

Inundações afetam principalmente a população vulnerável, pessoas negras e indígenas, que vive em áreas de risco e nem sempre conta com serviços públicos como saneamento básico e assistência social (Na foto está dona Janaira de Oliveira Silva com seu bebê. Eles perderam tudo. Foto cedida por Juan Vicent Diaz à Amazônia Real)

 

O Brasil enfrenta uma crise climática sem precedentes, com um aumento significativo no número de estados que declaram situação de emergência e estado de calamidade pública. De acordo com dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, através da Lei de Acesso à Informação, o país registrou em 2023 o maior número dessas declarações em uma década.

As regiões mais afetadas são o Nordeste e o Sul, com o Rio Grande do Sul (2.758) e a Bahia (2.381) liderando a lista dos estados mais atingidos. O aumento desses eventos climáticos extremos é atribuído à influência do grau de umidade do oceano e ao aumento da temperatura do solo, especialmente devido ao desmatamento.

A Bahia enfrentou inundações em fevereiro, com mais de 5 mil pessoas temporariamente desabrigadas. Enquanto isso, o Rio Grande do Sul sofre uma sequência de fortes chuvas desde o final de 2023, causando inúmeras mortes e deslocamentos.

Chuvas intensas e secas prolongadas têm causado estragos em diferentes partes do país, resultando em inundações, deslizamentos de terra e deslocamentos populacionais. Especialistas alertam que esses eventos impactam desproporcionalmente as comunidades mais vulneráveis.

Os dados foram obtidos pelo GLOBO por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e vão até 16 de fevereiro. Os números do ministério não incluem as enchentes enfrentadas pelo Acre no início deste ano, poucos meses depois de uma seca severa, em outubro.

Enquanto isso, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional afirmou que está coordenando esforços para reduzir os riscos de desastres, envolvendo ações de preparação, resposta e recuperação em todos os níveis governamentais.