Durante seu discurso na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou a urgência de ações concretas para combater a crise climática global. Diante de líderes globais, Lula destacou a insuficiência das atuais metas climáticas e instou os países a elevarem sua ambição para conter o aquecimento global a níveis seguros.

O líder brasileiro ressaltou os compromissos do Brasil na luta contra as mudanças climáticas, incluindo a redução significativa das emissões e a busca pela neutralidade climática até 2050. Ele enfatizou o firme compromisso de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030, destacando os progressos já alcançados.

“Já conseguimos reduzi-lo [desmatamento] em quase 50% nos dez primeiros meses deste ano. O que evitou a emissão de duzentos e cinquenta milhões de toneladas de carbono na atmosfera. Mas muitos países do sul não terão condições de implementar suas MBC nem de assumir metas mais ambiciosas. Os mais vulneráveis não podem ter que escolher entre combater a mudança do clima e combater a pobreza. Terão que fazer ambos. O princípio das responsabilidades comuns porém diferenciadas é inegociável. Ameaçá-lo vai na contramão de qualquer noção básica de justiça climática”, afirmou Lula.

Lula chamou a atenção para a responsabilidade compartilhada, criticando a discrepância entre os gastos militares e o cumprimento das promessas de financiamento climático pelos países desenvolvidos. Ele sublinhou a importância do financiamento, transferência de tecnologia e cumprimento das obrigações acordadas para enfrentar a crise climática de maneira justa e eficaz.

O presidente alertou sobre a emergência climática no Brasil, especialmente na Amazônia, que enfrenta uma seca sem precedentes. Lula destacou que o futuro da Amazônia depende não apenas dos amazônidas, mas de ações globais coordenadas.

“O futuro da Amazônia não depende só dos amazônidas. O desmatamento em todo o mundo corresponde só 10% das emissões globais. Mesmo que não derrubemos mais nenhuma árvore, a Amazônia poderá atingir seu ponto de não retorno se os outros países não fizerem a sua parte”, disse Lula.

“O aumento da temperatura global poderá desencadear um processo irreversível de savanização da Amazônia. O setores de energia, indústria e transporte emitem muito gases de efeito estufa. Temos que lidar com todas essas fontes. Missão 1,5. Uma missão coletiva que vai manter o aquecimento em no máximo 1,5 grau”, completou.

No encerramento, Lula recorreu à mitologia indígena brasileira, destacando a necessidade de superar diferenças em prol da preservação da vida no planeta. Seu discurso na COP28 foi um poderoso chamado à ação e cooperação global.

Você pode assistir ao discurso completo aqui: