Após ordem do Supremo Tribunal Federal, o governo do Rio de Janeiro determinou que os policiais das tropas de elite das polícias Civil e Militar utilizem câmeras em suas fardas durante as operações. Esse grupo policial acumula ações que resultaram em alto número de letalidade de jovens negros, chacinas e denúncias de moradores. Bope, Core, Choque, Gate e outras unidades estão incluídas.

As câmeras corporais portáteis já estão sendo utilizadas pelos policiais militares de todos os 39 batalhões, bem como em algumas unidades especializadas, como o Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (BEPE), o Comando de Policiamento Ambiental (CPAM) e o Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur). A expectativa é que, até o final deste ano, todas as unidades policiais estejam equipadas com o dispositivo.

Os equipamentos contarão com recursos avançados, como reconhecimento facial e identificação de placas.

A decisão do governo do Rio de Janeiro de estender o uso das câmeras a todas as unidades policiais, incluindo as tropas de elite, enfrentou resistência inicial por parte do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil (Core). No entanto, o ministro Edson Fachin, do STF, negou o pedido de exceção dessas unidades, reforçando a obrigatoriedade do uso das câmeras.

Enquanto o governo estadual argumentou que a utilização das câmeras em unidades especiais poderia colocar em risco a vida dos policiais ao revelar técnicas e táticas para os criminosos, Fachin ressaltou que a transparência e a prestação de contas são fundamentais para o trabalho policial eficaz, e que nem todas as operações realizadas pelas unidades especiais são de natureza sigilosa.