A Polícia Federal deflagrou a Operação Tempus Veritatis, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação revelou planos de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros membros do governo. Segundo relatório policial citado por Moraes, Bolsonaro recebeu uma minuta de decreto de um assessor direto, com o objetivo de executar um golpe.

O relatório também aponta reuniões entre militares de alta patente, ativos e da reserva, para debater aspectos operacionais do golpe, incluindo encontros no Palácio da Alvorada. A investigação identificou seis núcleos envolvidos na tentativa de golpe, incluindo desinformação, incitação ao golpe entre militares e coordenação de ações operacionais.

Na operação, foram cumpridos 48 mandados judiciais, incluindo quatro de prisão. Entre os investigados estão ex-ministros e altos funcionários do governo, como Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. O ex-assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, foi preso preventivamente no Paraná.

A minuta de decreto visava a prisão de ministros do STF e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, além de sugerir novas eleições devido a supostas fraudes nas urnas eletrônicas. Bolsonaro teria solicitado alterações no documento, retirando nomes de autoridades mencionadas. O relatório também destaca que Bolsonaro foi monitorado pelos investigados durante a execução dos atos relacionados ao golpe.

Uma reunião crucial ocorreu em julho de 2022, na qual Bolsonaro teria cobrado que membros do governo disseminassem informações falsas sobre fraudes eleitorais. Um vídeo da reunião foi encontrado no computador do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que colaborou com a PF após sua prisão.

Após a eleição, planejamentos para uma ação mais efetiva envolvendo tropas do Exército teriam sido iniciados, com organização de reuniões e elaboração de documentos para pressionar autoridades militares a aderirem ao movimento golpista.