Um funcionário da embaixada húngara confirmou o plano de receber Bolsonaro nas instalações diplomáticas, conforme reportado pelo New York Times. Vale ressaltar que, ao permanecer dentro de uma missão diplomática, Bolsonaro estaria protegido contra uma eventual ordem de prisão

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Imagens do sistema de segurança da embaixada da Hungria em Brasília revelaram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permaneceu nas dependências da missão diplomática por dois dias, logo após a Polícia Federal ter apreendido seu passaporte. De acordo com informações obtidas pelo jornal New York Times, as gravações datadas do dia 12 de fevereiro mostram Bolsonaro em frente ao prédio da embaixada, acompanhado por dois seguranças.

A operação que resultou na apreensão do passaporte de Bolsonaro ocorreu quatro dias antes, como parte de uma investigação que apura a trama golpista liderada pelo ex-presidente para se manter no poder, mesmo após a derrota eleitoral para Lula (PT). Segundo relatos, Bolsonaro permaneceu na embaixada da Hungria de 12 a 14 de fevereiro.

Um funcionário da embaixada húngara confirmou o plano de receber Bolsonaro nas instalações diplomáticas, conforme reportado pelo New York Times. Vale ressaltar que, ao permanecer dentro de uma missão diplomática, Bolsonaro estaria protegido contra uma eventual ordem de prisão, em conformidade com as convenções diplomáticas.

A Hungria, país liderado por Orbán desde 2010, tem se tornado uma referência para conservadores ao redor do mundo. No entanto, críticos apontam para um desmonte da democracia no país, com a concentração de poder nas mãos do primeiro-ministro, minando a independência do Judiciário, controlando o mercado de mídia e aprovando leis que restringem direitos de minorias, como a comunidade LGBTQIA+ e imigrantes.

No mesmo dia em que chegou à embaixada da Hungria em Brasília, Bolsonaro divulgou um vídeo convocando seus apoiadores para uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, marcada para o dia 25 de fevereiro. No vídeo, o ex-presidente pediu que os manifestantes se concentrassem em um apoio ao “estado democrático de direito”, negando acusações que têm sido feitas contra ele nos últimos meses.