“Alguém tem dúvida do que vai acontecer no dia 2 de outubro? Qual resultado que vai estar às 22h na televisão? Alguém tem dúvida disso? Nós estamos vendo o que está acontecendo. Vamos esperar o quê?” Em novo vídeo da reunião de 22 de julho de 2022, no Palácio do Planalto, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) reúne ministros e aliados para afirmar que pode perder a eleição, e convoca os apoiadores para participarem de um plano golpista, de acordo com a Polícia Federal.

O ministro Alexandre de Moraes, que autorizou 33 mandados de busca e apreensão e quatro prisões de aliados e militares de alta patente, levantou o sigilo na íntegra da gravação da reunião que foi capturada pelo tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo Cid, que fez uma delação premiada, a gravação foi feita para repassar a mensagem golpista de Bolsonaro a outros ministros.

No vídeo, o ex-presidente reitera seu apoio ao voto impresso e critica fortemente o Supremo Tribunal Federal, chamando-o de “super-supremo” e insinuando que o tribunal toma decisões que vão além de sua jurisdição. Sem apresentar uma única prova, Bolsonaro alega que o Supremo está preparando o terreno para uma vitória de Lula no primeiro turno, acusando os ministros de prepararem uma fraude eleitoral.

O vídeo também mostra Bolsonaro convocando seus ministros a agirem antes das eleições para evitar que o Brasil se torne “uma grande guerrilha”, deixando implícita a possibilidade de conflitos caso o resultado das eleições não seja favorável ao seu governo.

De acordo com o UOL, a Polícia Federal considera que foi confirmada a participação de Jair Bolsonaro como líder da tentativa de golpe ocorrida após as Eleições 2022, em que Lula foi eleito para o terceiro mandato.

Segundo a reportagem, a PF entende que as provas colhidas na operação de ontem, que resultou na prisão de aliados do ex-presidente, são suficientes para confirmar a presença de Jair no esquema.