Foto: Midia NINJA

Ativistas de todas as regiões do país e palestrantes internacionais estiveram juntos neste final de semana em mobilização da Casa NINJA Amazônia contra a crise climática. Em parceria com 342 Amazônia e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), o Emergências Amazônia teve seu primeiro de dez encontros em projeto internacional para defender a maior floresta tropical do mundo, acelerar soluções para a crise ambiental e fortalecer experiências sustentáveis, transformando ideias em ações. A programação contou com “abertura xamânica”, paineis voltados à discussão sobre o clima, exibição do filme Vozes da Floresta, de Betse de Paula, e reunião aberta para formação de comunidades.

“Esse é um diálogo necessário integrado ao Acampamento Terra Livre, ação do Abril Indígena”, disse a liderança indígena Sônia Guajajara, que abriu o evento na manhã de sexta-feira (9). “Infelizmente, há duas batalhas em curso, contra o governo e a pandemia. São muitos os contaminados por esses vírus que estão matando igualmente, o meio ambiente e os povos indígenas”.

Tomando como exemplo os conflitos na Terra Indígena Yanomami, impulsionada pela invasão de garimpeiros, a deputada federal Joenia Wapichana, concordou com as declarações de Guajajara e destacou: “o homem precisa mudar de comportamento. O desmatamento e a contaminação dos rios vai impactar a vida de todos os seres humanos. Hoje, vê-se em Roraima, mais de 20 mil invasores encorajados pelo próprio governo”. Ela disse ainda que se o governo federal não se comprometer com os acordos internacionais, vai ver desvalorizada a questão que mais valoriza, que é a econômica.

Rede internacional

Durante o Emergências, participaram ainda ativistas ambientais de oito países na ocasião do Encontro Latino-Americano Amazônia Resiste. A reunião foi uma iniciativa rumo à formação de uma comunidade de enfrentamento à crise climática e principalmente, gerar mais ações em defesa da Amazônia, articuladas em rede. A coordenadora executiva da Casa Ninja Amazônia, Marielle Ramires, destacou que a união de forças visa o futuro coletivo.

“Onde tem indígena tem árvore, onde tem sem-terra lutando pelo pedaço de chão, tem luta social, então este é um projeto de conexões de pessoas, sobretudo, de luta pela vida, de um projeto de sociedade que a gente acredita, de oferecer resistência, mas apresentar soluções”, disse Marielle.

Os participantes discutiram o cenário da crise ambiental que assola a Amazônia – que corresponde à realidade da região em que estão inseridos – e o que têm feito para combatê-la. Ao final, Marielle avaliou que ele proporcionou uma compreensão da agenda climática, muito focada em na necessidade da justiça, em contraponto às desigualdades sociais.

 

Primeira Reunião

Em continuidade à programação do Emergências, neste sábado (10), representantes de todos os Estados da Amazônia que se prontificaram a integrar uma rede de midiativismo se reuniram para articular as primeiras ações focadas no fortalecimento das bases. O grupo se reunirá duas vezes por mês para pensar atividades a serem desenvolvidas em cada um dos nove estados, com apoio de articuladores de outras cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro.

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