Em uma sessão histórica da Assembleia-Geral da ONU, 153 países votaram a favor da resolução apresentada pelo Egito, copatrocinada por cerca de 80 Estados-membros, incluindo Portugal. O projeto de resolução, que manifesta profunda preocupação com a “situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza”, obteve amplo apoio, refletindo a crescente preocupação da comunidade internacional com os acontecimentos na região.

Os 153 votos a favor contrastam com os 10 votos contra, registrados por países como Israel, Estados Unidos e Áustria. Além disso, 23 países optaram pela abstenção, entre eles Ucrânia, Itália, Reino Unido, Argentina, Alemanha e Cabo Verde. Notavelmente, todos os países lusófonos, à exceção de Cabo Verde e Guiné Equatorial, que se abstiveram, uniram-se em apoio à resolução.

A medida exige um “cessar-fogo humanitário imediato” e apela à proteção dos civis, ao acesso humanitário e à libertação “imediata e incondicional” de todos os reféns. Contudo, assim como o texto adotado em outubro, a resolução aprovada não condena explicitamente o grupo palestino Hamas, gerando críticas por parte de Estados Unidos, Reino Unido e Israel.

Duas emendas propostas pela Áustria e pelos Estados Unidos, que condenavam o Hamas e reafirmavam o direito de defesa de Israel, foram rejeitadas antes da votação, uma vez que não obtiveram o apoio de dois terços dos Estados-Membros presentes na sessão.

A embaixadora dos EUA junto à ONU, Linda Thomas-Greenfield, argumentou que a falta de condenação ao Hamas é problemática, destacando a ideologia assassina do grupo. O embaixador israelita, Gilad Erdan, classificou a resolução como “hipócrita” e insistiu em responsabilizar o Hamas pelos conflitos.

O Canadá, rompendo com sua tradicional aliança com os EUA e Israel, apoiou pela primeira vez um cessar-fogo imediato, ressaltando a importância da criação de um Estado palestino como solução para o conflito.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, antes da votação, expressou preocupação com o “bombardeamento indiscriminado” em Gaza, indicando que Israel estava perdendo apoio internacional devido a essas ações.