Foto: Midia NINJA

Como já havia sido previsto por organizações e outras iniciativas contra o feminicídio, a quarentena fez ampliar os casos de mulheres assassinadas dentro de casa. Em São Paulo, já foram divulgados os primeiros números. De 24 de março a 13 de abril, foram 16 mulheres mortas em casa, contra 9 no mesmo período de 2019 no Estado de São Paulo.

O aumento do consumo de bebidas alcoólicas e problemas socioeconômicos com a perda de renda foram alguns dos fatores apontados para a escalada da violência.

O presidente Bolsonaro chegou a usar esse argumento contra as quarentenas, como se um genocídio pudesse justificar o outro. Para os próprios órgãos de defesa da mulher, o governo só abriu brecha para que se difundisse a escassez de políticas para enfrentar o problema, independente do contexto.

A ONU, já atenta para o aumento da letalidade uma vez que a maioria das mulheres assassinadas por feminicídio morrem em casa, havia recomendado aos países uma série de medidas de prevenção. Elas incluem investimento em serviços online, em organizações da sociedade civil, sistemas de alerta de emergência em farmácias e mercados, além de campanhas específicas. As orientações também foram divulgadas aqui pela Mídia NINJA.

“As mulheres já viviam numa situação de violência, isso não é uma novidade trazida pelo coronavírus”, afirmou Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública à Folha de S. Paulo. “O confinamento faz com que o conflito se escale, e as mulheres sejam assassinadas. Infelizmente, é provável que haja um aumento ainda maior nos próximos meses”.