Arthur do Val renuncia ao mandato de deputado estadual mas ainda pode ficar inelegível
Na avaliação de ativistas, Arthur renunciou ao mandato para fugir da cassação e manter os direitos políticos
O deputado estadual Arthur do Val anunciou hoje a sua renúncia ao mandato na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. A informação foi revelada pela Folha de S. Paulo.
Ele passou a ser julgado em um processo por quebra de decoro parlamentar após o vazamento de um áudio onde faz falas sexistas contra refugiadas ucranianas. Os áudios foram gravados quando ele visitou a Ucrânia no início de março.
A investigação poderia levar a cassação do seu mandato após a análise dos demais parlamentares da casa legislativa. Entretanto, mesmo com a renúncia, o processo de cassação não será interrompido.
Em 12 de abril, o Conselho de Ética da Alesp aprovou o relatório do deputado estadual Delegado Olim e votou pela cassação do mandato de Arthur do Val. Com a decisão, o processo o processo avança para o plenário da casa. Com a renúncia ao cargo, os parlamentares decidem agora outras penalidades referentes ao processo, podendo chegar à perda dos direitos políticos por 8 anos.
Na avaliação de diversos ativistas e parlamentares, Arthur renunciou ao mandato para fugir da cassação e manter os direitos políticos. “O playboy sabe que cometeu crimes, mas quer ficar impune, como ficou a vida toda!”, escreveu Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
“A renúncia não interrompe o processo de cassação, queremos uma punição exemplar!”, escreveu a ativista Carina Vitral. “Já vai tarde! As mulheres vão derrotar o MBL, Bolsonaro e toda sua corja um a um!”
“Vai ficar claro que eles querem na verdade é me tirar das próximas eleições. Estou sendo vítima de um processo injusto e arbitrário dentro da Alesp. O amplo direito a defesa foi ignorado pelos deputados, que promovem uma perseguição política”, reclamou Arthur do Val à Folha de S. Paulo.
Para que a cassação dos direitos políticos seja aprovada, o tema precisa ser pautado pelo presidente da Alesp, Carlão Pignatari, e, na votação, conseguir o voto favorável de 48 deputados estaduais.