Microrrede movida a energia solar fornece energia renovável; além de combater a crise climática, deixa a conta de energia mais em conta

Microrredes de placas solares se multiplicam nas ilhas caribenhas (RMI)

 

Por Cauê Porcé, da cobertura colaborativa NINJA na COP27, com Mídia Ninja

Sob a constante ameaça de furacões, que provocam blecautes quando ventos fortes derrubam a frágil rede elétrica, populações que vivem no Caribe têm buscado alternativas para resistirem aos eventos climáticos extremos e se livrarem dos combustíveis fósseis.

Enquanto isso, seus líderes negociam soluções para a crise climática, na 27ª Conferência Mundial do Clima, a COP27, que ocorre até esta sexta-feira no Egito. E claro, rogar para que as maiores economias ajudem não só as ilhas do Caribe, como também, outras nações em desenvolvimento a realizarem a transição para energia limpa. É uma maneira de pagar pelos desastres climáticos extremos causados pelo avanço do aquecimento global, agravado pelas emissões das nações mais ricas.

Mas enquanto o prometido financiamento por perdas e danos tão anunciado, não chega, têm buscado soluções por conta própria. Por meio de doações e parcerias, têm buscado eliminar gradualmente os combustíveis fósseis ao avançar no uso de energia limpa.

A CEO do Caribbena Climate-Smart Accelerator, Racquel Moses disse à reportange da CNN: “Não podemos nos dar ao luxo de poder sentar e esperar até que o planeta chegue a um acordo. Então, estamos tentando fazer o melhor possível com os recursos que temos. Afinal, continuamos sofrendo perdas”. Vale ressaltar, as ilhas do Caribe contribuem com menos de 2% das emissões que aquecem o planeta.

Nas Bahamas, por exemplo, foi desenvolvida uma microrrede movida a energia solar que fornece energia renovável para todas as casas em Ragged Island, uma comunidade devastada pelo furacão Irma. Da próxima vez que uma tempestade atingir e derrubar o sistema de energia, a microrrede de 390 quilowatts desconectará da rede principal e manterá as luzes acesas.

O projeto virou exemplo e o país já implantou mais microrredes em outras ilhas.

E as ilhas do Caribe veem a energia como solução não só para enfrentar os eventos extremos climáticos, mas também para economizar com a conta de energia. E assim, se unem a empresas, como a RMI e organizações sem fins lucrativos para obter financiamento e se manterem firmes no propósito de utilizar apenas a energia limpa, para se livrarem dos combustíveis fósseis e adotarem práticas de resiliência ao clima.