Cerimônia de transmissão de cargo do ministério da Igualdade Racial e dos Povos Indígenas reforçou luta do povo negro e indígena

Ana Pessoa / Mídia NINJA

Anielle Franco e Sonia Guajajara tomaram posse dos cargos de ministras da Igualdade Racial e dos Povos Indígenas nesta quarta-feira (11), durante cerimônia no Palácio do Planalto. A cerimônia, que estava prevista para segunda (9), foi adiada após os ataques terroristas à Praça dos Três Poderes no domingo (8).

 

 

A nova ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara,  falou dos mais de 520 anos de repressão contra os indígenas e também celebrou a conquista do novo ministério. “Estamos de pé para mostrar que não iremos nos render. A nossa posse, minha e de Anielle Franco, é o mais legítimo símbolo dessa resistência secular, preta e indígena do nosso Brasil”, disse Sonia, ao cantar um cântico indígena utilizado em protestos.

“Assumo com muita honra e coragem este ousado e inovador desafio. Uma missão anunciada há anos pela minha tia Maria”, afirmou durante o discurso. Guajajara citou que a pandemia e a má gestão na saúde pública “potencializaram o genocídio do povo indígena”.

A irmã da vereadora Marielle Franco, morta em 2018, Anielle Franco discursou sobre a importância da mulher negra na sociedade brasileira e relembrou a vida da irmã. “Desde o dia 14 de março de 2018, dia em que tiraram Marielle da minha família e da sociedade brasileira, tenho dedicado cada minuto da minha vida para multiplicar as sementes da minha irmã”, afirmou.

 

 

Anielle também falou da importância do ministério nas ações do Governo Federal. A ministra criticou duramente o encarceramento da população jovem negra do Brasil e citou medidas para contrapor esta realidade.

A cerimônia teve presença de ministros de Estado, além do presidente Lula.