Foto: Emergentes

No primeiro semestre de 2020, ao menos 630 agressões a repórteres e jornais foram registradas na América Latina.

O mapeamento é da rede Voces del Sur, que reúne 11 organizações regionais da sociedade civil. A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) é o braço brasileiro do projeto e observou 168 episódios de violação à liberdade de imprensa, o que faz do Brasil o segundo país com mais casos, atrás apenas da Venezuela, com 194.

Na sequência estão Nicarágua (123), Equador e Honduras (50), Peru (18), Argentina (16), Uruguai (10) e Guatemala (1). Demais nações da América Latina não estão contempladas no balanço porque não têm organizações participantes no Voces del Sur. A maior parte dos episódios são classificados como agressões e ataques, como violências físicas e ameaças verbais, que representam 35,7% do total. Em seguida estão discursos estigmatizantes, como insultos e campanhas de ódio na internet contra repórteres, que somam 20% das violações.

No semestre, ainda foi registrado um assassinato, o do jornalista brasileiro Léo Veras, morto com 12 tiros em 12 de fevereiro, enquanto jantava com a família na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com o Brasil. O caso ainda é investigado e nenhum mandante foi identificado, apesar de suspeitas de que o crime tenha ligação com o PCC.

Agentes públicos são os principais responsáveis pelas violações à liberdade de imprensa na América Latina, representando 453 dos agressores no semestre. Outros 95 são não estatais e 61 são desconhecidos.

Com informações de Folha de São Paulo.

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