Foto: Reprodução Instagram

Estudantes da EEM Padre Coriolano, escola da rede estadual de Pacajus, no Ceará, prepararam uma homenagem surpresa a professora de espanhol Jhosy Gadêlha, de 34 anos, que foi vítima de transfobia na cidade. O vídeo com o registro da homenagem circula nas redes e mostra diversos alunos recebendo a professora com cartazes, aplausos e mensagens de apoio.

Conforme relatado na revista Marie Clarie, Jhosy sofreu preconceito em uma loja de roupas de moda evangélica. “Queria uma saia para baixo do joelho e fui em uma loja específica de roupas evangélicas femininas. Fui super bem atendida e uma moça separou duas saias e entrei no provador”, relata Jhosy.

Ela conta, no entanto, que ao sair do provador encontrou a proprietária da loja, com quem começou um diálogo. Em determinado momento, ela revela que saiu da igreja quando iniciou sua transição. “Nesse momento ela começou a me tratar no masculino e dizia ‘meu filho, por que você fez isso?’. Eu até tentei me controlar mas estava me sentindo incomodada e ela continuava com os ataques e me falava ‘você sabe que pessoas como você não agradam a Deus e vão para o inferno'”, disse, conforme a revista.

“Eu disse que não tinha que dar satisfações sobre a minha intimidade porque era mulher independente disso. Eu estava muito mal e a todo momento pedia respeito, mas ela dizia que não ia me tratar como mulher para não desagradar Deus”, continuou. A professora conta que insistiu para ser tratada no feminino e percebeu que a agressão tomaria proporções ainda maiores quando a agressora questionou Jhosy sobre cirurgia de redesignação sexual.

“Eu disse que não tinha porque continuar aquela conversa, já que estava sendo ofendida, e fui embora. Não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo. Tenho quase nove anos de transição e nunca fui tratada daquela forma por ninguém. Foi a pior sensação do mundo e comecei a questionar sobre minha existência no mundo”.