Foto: Philipe Lejeanvre

Davi Alcolumbre, presidente do Senado aceitou o pedido do senador Angelo Coronel e suspendeu os prazos regimentais da CPI das Fake News. Com isso, o prazo de 180 dias, que se encerraria em outubro não tem mais data para terminar e passa a contar quando o Congresso retomar os trabalhos. Todas as comissões permanentes estão com os trabalhos suspenso e apenas o Senado realiza votações virtuais.

O pedido de suspensão foi reforçado depois que o líder do PSD, senador Otto Alencar (BA), acionou a comissão para investigar ataques virtuais que ele está sofrendo, envolvendo licitação para a reabertura do Hospital Espanhol, em Salvador.

A família Bolsonaro é contra a CPI, que investiga os ataques cibernéticos e o uso de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições de 2018 e que envolve pessoas do arco de confiança do presidente da República. Em abril, Os trabalhos da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News foram prorrogados até outubro. Parlamentares da base do governo Jair Bolsonaro (sem partido) tentaram em abril uma manobra para retirar as assinaturas necessárias para a continuidade da comissão, sem sucesso.

Em fevereiro, Hans River, ex-funcionário da empresa Yacows, agência de disparos de mensagens em massa por WhatsApp, foi ouvido e mentiu a comissão, e acusou a jornalista Patricia Campos, da Folha de São Paulo, de se insinuar sexualmente em troca de informações. A jornalista foi atacada por diversos apoiadores do presidente após o depoimento de Hans. Alexandre Frota e Joice Hasselman, que já foram apoiadores do presidente também falaram a comissão e a CPI já descobriu que há seis perfis em redes sociais, um deles ligado a um assessor do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) envolvidos em ataques virtuais a congressistas.