Bruna Morato representou médicos que se negaram a aplicar tratamento sem eficácia contra a Covid-19

Foto: Agência Senado

A advogada Bruna Morato, que denunciou a Prevent Senior na CPI da Covid-19, foi condenada a pagar indenização de R$ 300 mil para o plano de saúde por ‘danos morais’. Bruna representava os médicos que se desligaram da empresa e afirmou no parlamento que seus clientes eram perseguidos pela Prevent Senior e que os diretores do plano eram criminosos que atuavam como “milícias” e “máfias”, que fizeram conluio para o chamado ‘tratamento precoce’ e auxiliaram nas decisões que  suspenderam medidas de ‘lockdown’.

“Investigações ainda em curso, indiciamentos e relatórios de comissões parlamentares de inquérito não podem ser confundidos com culpa formada”, disse o juiz Gustavo Coube de Carvalho, da 5ª Vara Cível de São Paulo.

Durante a audiência, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou um vídeo que apontaria as relações e conexões entre Pedro Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior e os médicos Paolo Zanotto e Nise Yamaguchi, com membros do governo e com o Conselho Federal de Medicina na busca de uma “fórmula milagrosa” para a sociedade “voltar ao trabalho”, mesmo com uma pandemia em curso. Ele defendeu a convocação de integrantes do Ministério da Economia.

“O que foi feito no Brasil foi uma ação criminosa na condução da pandemia. A Prevent Senior recebeu do governo autorização para matar”, disse Rogério.

Senador e ex-ministro da saúde repudia decisão da Justiça

O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, criticou a decisão do juiz Gustavo Coube de Carvalho, de São Paulo, que condenou a advogada Bruna Morato, representante de um grupo de médicos da operadora de saúde Prevent Senior, a pagar 300 mil reais por acusações feitas na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no Senado e em outro colegiado sobre a atuação da empresa na Câmara Municipal paulistana.

“Eu espero que esse juiz, com o mesmo empenho com que condenou a advogada Bruna Morato, se debruce sobre várias denúncias que foram feitas contra a Prevent Senior. Ele alegou que não havia provas, mas as provas eram sobejamente conhecidas, inclusive foram divulgadas na CPI. Integrantes da direção da Prevent Senior promovendo assédio moral contra médicos provado por WhatsApp, provado por postagens de internet”, disse o senador.
Cabe recurso da decisão judicial.

Confira a íntegra do depoimento da advogada Bruna Morato na CPI da Covid-19

*Com informações da Agência Senado