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Desde o início do aparecimento dos primeiros casos de Covid-19 no Brasil, a primeira ação das secretárias estaduais e municipais de educação foi o cancelamento das aulas presenciais na rede pública.

Diante disso, as entidades estudantis começaram a questionar-se sobre como ficaria a situação do ENEM e como o não cancelamento ou adiamento do exame impactaria na vida de jovens do Brasil. Muitos desses tem acessos limitados ou não tem estruturas adequadas para estudar. A decisão de Abraham Weintraub, ministro da Educação, em manter o calendário das provas, aprofunda a desigualdade.

Na noite do dia 03 de maio, o MEC lançou um vídeo anunciando que manteria as datas previstas para a aplicação da prova, ignorando da realidade dos estudantes das escolas públicas que, em sua maioria, pobre, negra e periférica, não tem acessos tecnológicos. Tudo isso porque as grandes empresas privadas educacionais não querem sair perdendo. A maioria dessas instituições tem plataformas digitais.

Na publicação, feita na página do MEC no Facebook, estudantes fizeram duras críticas à atitude irresponsável do ministério. Entre as principais reclamações está o fato de vários estudantes não terem condições de estudar pela internet.

Sobre isso, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, em entrevista à rádio Jovem Pan de São Paulo no dia 14 de abril, teve a cara de pau de afirmar que o Enem não é 100% justo. “O objetivo do Enem é selecionar as pessoas mais qualificadas e mais inteligentes”, completou Weintraub. Ele também criticou o isolamento decretado por governadores e pediu o retorno das aulas em regiões com poucos casos do novo coronavírus.

O não adiantamento do ENEM é mais uma das políticas retrógradas desse governo contra a população pobre que necessita e deseja estar dentro da universidade pública.

Confira os relatos: