Foto: Olívia Godoy

Enquanto aguardam resposta sobre pedido de suspensão de despejo do Acampamento Bondade, centenas de trabalhadores Sem Terra passam dia e noite em vigília à espera de uma resolução em meio ao conflito fundiário com usineiros do Engenho Bonfim – onde está localizada à Usina União.

Além de uma saída pacífica para o conflito, os(as) agricultores(as) acampados(as) reivindicam alternativa digna para as famílias, que não se resuma na simples violação de seus direitos básicos, com à execução do despejo em plena pandemia.

As famílias denunciam que além das tentativas de despejo feitas pela polícia, estão constantemente sendo assediadas por intimidações e ameaças por conta de jagunços pagos pela usina.

Os acampados são, em sua maioria, ex-trabalhadores explorados pela própria usina e que nunca foram indenizados. Os mesmos, mantêm sua subsistência do roçado que tem no Acampamento Bondade com a plantação de macaxeira, milho, coco, banana, entre outros alimentos produzidos na área.

Apesar do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe) afirmarem que continuam abertos para mediação do conflito, não foi apresentada nenhuma alternativa senão a desapropriação das famílias.

Em 2010, o próprio Ministério Público de Pernambuco denunciou à Justiça Federal quatro responsáveis pela Usina União Indústria – Ilvo Monteiro de Meirelles, Carlos Henrique Alves, José Alexandre de Meirelles e Jair Furtado de Meirelles Neto – acusados de submeter trabalhadores ligados às atividades de corte, carregamento e transporte da cana-de-açúcar da usina, a condições degradantes de trabalho, bem como a jornadas exaustivas – análogas ao trabalho escravo.