Porta-bandeira e baluarte da escola de samba Portela. Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Na última terça-feira, Vilma Nascimento, a renomada porta-bandeira da Portela, foi alvo de uma abordagem racista no aeroporto de Brasília. Aos 85 anos, Vilma, que estava na cidade para receber uma homenagem na Câmara dos Deputados no Dia da Consciência Negra, foi acusada injustamente de furto em uma loja do aeroporto.

Segundo relatos da família ao site G1, Vilma estava aguardando seu voo na companhia da filha, Danielle Nascimento, quando decidiu fazer uma compra no Duty Free Shop. Ao sair da loja sem adquirir os produtos que inicialmente viu, retornou momentos depois para comprar um refrigerante. Foi nesse momento que a situação constrangedora ocorreu.

A ministra da Igualdade Racial Anielle Franco repudiou o caso: “São absurdas e inadmissíveis as acusações racistas feitas por funcionários de uma loja do aeroporto de Brasília à Vilma Nascimento, Baluarte da Portela e lenda viva da cultura negra brasileira”, escreveu a ministra nas redes sociais.

 

A filha de Vilma, Danielle, relatou nas redes sociais: “Eu e minha mãe passamos por uma situação humilhante, que não deveria existir mais no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. Foi muito constrangedor. Foi uma humilhação que nem eu, nem a minha mãe imaginávamos passar nessa vida.”

O cantor e compositor Paulinho da Viola expressou sua indignação nas redes sociais, declarando: “Foi com dor e indignação que vi o vídeo dessa cena lamentável, onde Vilma constrangida mostra seus pertences e se explica para uma funcionária. Apesar de todos os esforços que temos feito para combater esse preconceito, ele acontece diariamente.”

A família de Vilma Nascimento está tomando medidas legais em relação ao incidente.

Diversas personalidades do samba, como a Portela, Mangueira e Imperatriz Leopoldinense, manifestaram repúdio ao ocorrido. A Portela publicou em suas redes sociais: “O G.R.E.S Portela repudia veementemente o preconceito sofrido por Vilma Nascimento. O constrangimento, demonstrado nas imagens divulgadas, é sentido por todos que temos no samba parte importante de nossa identidade.”

A Mangueira e a Imperatriz Leopoldinense também expressaram solidariedade e repúdio ao racismo, destacando a importância da luta por uma sociedade mais justa e democrática.

A atriz Zezé Motta comentou o caso, descrevendo-o como “lastimável, cruel e brutal” e manifestou “toda solidariedade a Vilma” pela abordagem racista.