Seu discurso teve momentos de defesa às artes e lembranças afetivas dos primeiros contatos da ministra com o cinema

Marcos Souza, Alfredo Manevy e Cármen Lúcia no 1º Fórum de Tiradentes. Foto: Ana Pessoa

Por Sérgio Madruga

No segundo dia da 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que ocorreu no final da manhã de sábado (21), foi dada a largada dos encontros do inédito Fórum de Tiradentes, um dos principais destaques desta edição.

Dentro do Cine-Teatro, localizado dentro do Centro de Cultura Yves Alves, o papo foi mediado por Alfredo Manevy, coordenador executivo do Fórum de Tiradentes, e teve a presença ilustre de Cármen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF).

Estiveram presentes também, nomes como Fabrício Noronha, secretário da Cultura do Espírito Santo, Marcos Souza, secretário de Direitos Autorais e Intelectuais, e Joelma Gonzaga, a nova secretária do audiovisual.

Cármen Lúcia emocionou a todos ao defender a cultura e o acesso à arte, fazendo um resgate de suas memórias de infância: “Tudo o que dizia respeito ao cinema era um encantamento, que se projeta para além das telas, que quase já não existem mais nas grandes cidades”, disse a ministra se referindo como uma mulher de um mundo que não existe mais. E completou: “Tenho pena em ver meus sobrinhos e sobrinhos-netos não poderem se preparar e vestir roupa nova para ir à matiné aos domingos”.

Com o tema “Direitos culturais na constituição como exercício e proteção da cidadania”, o fórum de abertura se fez importante para ressaltar a importância da arte na formação de uma nação, sobretudo quando os direitos e incentivos à cultura são garantidos, como manda a Constituição.

“A arte faz a gente transformar o mundo através da nossa dignificação. Já na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, feita depois da Segunda Guerra Mundial, estão lá artigos que garantem o direito de todos de produzir e ter acesso a criação artística”, lembrou Cármen Lúcia.

Como um dos pilares do Fórum de Tiradentes, revisitar e entender o estado em que a cultura brasileira foi deixada, a secretária do Audiovisual Joelma Gonzaga reconheceu que o cenário encontrado é de “terra arrasada”, como ela mesma disse em sua fala: “Nos primeiros seis meses precisaremos ouvir os integrantes da categoria para trazer de volta o papel potente do audiovisual dentro das políticas públicas”, afirmou.

Joelma Gonzaga fala sobre a situação do audiovisual brasileiro no 1º Fórum de Tiradentes. Foto: Ana Pessoa

Joelma revelou também que as atividades do órgão retomará suas atividades no próximo dia 24, a fim de implementar ações que coloquem, novamente, o audiovisual brasileiro em um lugar de destaque – atuando em contraponto ao governo passado.

“Será um ano de ouro para o audiovisual brasileiro, a retomada da retomada”, exclamou Marcos Souza, secretário de Direitos Autorais e Intelectuais.

Marcos esteve presente representando Margareth Menezes, a nova ministra da Cultura. Ele falou sobre temas como a importância das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, citou a definição de um marco regulatório de fomento cultural, política de regulamentação do VOD (video-on-demand) e cota de tela para produções brasileiras no circuito comercial.

Outros encontros serão realizados pelo Fórum de Tiradentes, resultando em um documento com recomendações que será enviado ao Governo Federal.

1º Fórum de Tiradentes. Foto: Ana Pessoa

Com informações de mostratiradentes.com.br e Estados de Minas.

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