Cantor e ator Billy Porter traz para o tapete vermelho de grandes eventos como o Oscar, toda a sua luta contra a opressão e marca definitivamente seu nome como uma das pessoas à frente de um movimento de oposição às imposições de gênero e raça.

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Por Victor Luiz Araujo Colares Queiroz Torres

A luta incansável pela desconstrução de estereótipos e imposições vem ganhando força a cada ano, e uma área que também dá muito suporte a essa causa: é a moda. Estar em um local onde você pode usar a sua vestimenta como arma de combate à opressão é não só simbólico, mas também uma forma de usar essa presença para ocupar espaços muitas vezes tidos como impossíveis de serem acessados.

O cantor e ator Billy Porter tem como uma marca de seu trabalho e personalidade a visão livre dos gêneros, o seu transitar entre o masculino e o feminino de forma clara e orgânica, trazem o mundo para o debate sobre o que de fato é ser um homem, e sobre como existem milhares de outras formas de identificação e liberdade.

Vestidos, saltos, capas, maquiagens, são alguns dos elementos que o cantor de 54 anos faz questão de usar em suas passagens pelos Red Carpets das grandes premiações. Vestindo grandes estilistas como Jimmy Choo, Alex Vinash e Christian Siriano, que ao apoiar a luta de Billy, mostram que a moda sempre estará aberta para o novo e para fazer a revolução junto a quem sempre precisou de voz.

Foto: Santiago Filipe

Em entrevista à revista Vogue norte-americana, o astro afirmou que não se preocupa com gênero. “Não sou uma drag queen, sou um homem usando vestido. Meu objetivo é ser uma obra de arte política sempre que eu aparecer, aguçar as expectativas”, destacou. “O que é masculinidade? O que isso significa? As mulheres aparecem todos os dias de calça, mas, no momento que um homem coloca um vestido, o mar se parte”, apontou.

Billy é todos os anos uma das celebridades mais aguardadas nos red carpets pelo simples fato de ser quem é e não ter medo disso. A força de seus looks, a força do homem preto que impacta, causa em todos nós um sentimento de liberdade e esperança por dias melhores. Na Edição de 2019 do Oscar, por exemplo, Billy foi considerado pela revista New Yorker como um dos mais bem vestidos da noite, usando um look assinado por Christian Siriano reverenciando a cultura ballroom, que mesclou smoking com uma saia bufante e cauda.

O fato é que o mundo está em constante evolução e termos pessoas como Billy abrindo mais espaços para as gerações futuras é de uma importância imensurável, e não estamos falando apenas de qualquer pessoa, nesse momento. Estamos falando sobre os corpos pretos, sobre os corpos pretos LGBTQIAPN+, que sempre viveram às margens e sob a escuridão do mundo. 

Estamos falando daquele menino preto “afeminado” que quando está no quarto sozinho, usa um lençol como saia, coloca uma música da Rihanna pra tocar e dançar, e se sente livre como se estivesse voando para a felicidade. É sobre ser livre.

O Oscar 2024 está chegando e vamos ficar atentos para saber como Billy irá usar de toda a sua voz para mais uma vez trazer para a premiação a discussão sobre liberdade, gênero e empatia.