Torcedores durante a primeira partida do Brasil na Copa do Mundo de 2022. Foto: Anne-Christine Poujoulat/AFP/JC

Por Mariana Ribeiro

A Copa do Mundo ocorre de quatro em quatro anos, porém, as partidas e emoções do campeonato deixam marcas em todos os torcedores, principalmente brasileiros, por uma vida inteira. Mergulhe em memórias de alguns torcedores da Seleção Canarinho.

“A única Copa que eu lembro é a de 2018 e o que marcou muito nessa Copa foi o mascote, assistir os jogos em família e colecionar as figurinhas, que foi o primeiro ano”. Henrique Almeida, 10 anos, São Paulo

 

“A Copa que mais marcou foi a de 2018, a única que eu vi. O que mais marcou para mim foi o primeiro álbum de figurinhas que eu colecionei e também que eu descobri outros países que eu não sabia na época”. Leonardo Almeida, 11 anos, São Paulo

Foto 1: Seleção durante a Copa de 2018. Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Henrique (primeiro da esquerda para a direita), Leonardo (terceiro da esquerda para a direita) e seus primos torcendo pelo Brasil na Copa de 2018. Foto: Arquivo pessoal

“A Copa que me marcou foi a de 2014, porque foi no Brasil e a minha família toda se reuniu na casa da minha avó, a gente sempre assistiu os jogos lá. A derrota do Brasil, o sete a um, não me marcou positivamente, mas eu lembro que eu estava em casa e meus primos estavam também e eles choraram, ficaram bem tristes, mas eu não me abalei tanto assim não, eu fiquei triste, mas os meus primos até choraram. Todo mundo ficou muito triste. Mas os outros jogos foram legais, a gente fazia toda uma reunião na casa da minha avó, a gente colocava a roupa do Brasil, almoçávamos juntos, foi muito bom”. Victória Abreu, 19 anos, Guarulhos

Jogadores da Seleção comemoram gol durante jogo contra a Croácia. Foto por: AP Photo/Ivan Sekretarev)

Torcida desolada após o traumático 7 a 1 no Mineirão. Foto: Jefferson Botega / Agencia RBS

“Sobre a Copa que marcou a minha vida, eu não consigo responder com uma Copa só. A Copa de 2014, por exemplo, me marcou porque foi a primeira que eu lembro de eu assistindo. A Copa de 2018, foi a primeira que eu vivi e acompanhei entendendo muito de futebol e essa Copa de 2022 é a Copa que eu estou vivendo e acompanhando não só o Brasil, mas todos os outros times também, pelo meu amor em geral pelo futebol. De uma forma mais objetiva, acho que essa Copa de 2022 está sendo a mais especial para mim por vários motivos. Primeiro, pelo que eu falei anteriormente, estou vivendo e acompanhando não só o Brasil, mas todos os outros times pelo meu amor pelo futebol. O segundo, é que é a Copa que eu estou vivendo junto com a faculdade de jornalismo e eu quero seguir no esporte, então é legal ver uma Copa junto com o curso dos meus sonhos, que tem a ver com a Copa, porque eu quero seguir com o jornalismo esportivo. Eu estou curtindo mais agora, na Copa anterior eu era mais criança, então agora eu estou curtindo mais no sentido de que cada jogo eu estou assistindo com amigos, família. Então acho que essa Copa, por enquanto, está sendo a que mais está marcando a minha vida, mas tanto a de 2014 como a de 2018 tem a sua importância”. Gabrielli Monteiro Simoni, 19 anos, São Paulo

Golaço de Richarlison em partida da Seleção contra a Sérvia. Foto por: Justin Setterfield/Getty Images

Gabrielli preparada para torcer pelo Brasil no primeiro jogo da Seleção na Copa de 2022. Foto: Arquivo pessoal

“Eu tenho 2 Copas que mais me marcaram. A primeira foi a de 1994. Tinha 10 anos, a seleção não jogava bonito, passava muito sufoco e mesmo assim foi campeã. Fazia 24 anos desde o tricampeonato e a primeira decisão por pênaltis na história das Copas não deixou mais fácil. Me lembro de acompanhar pela TV com meu pai e pularmos abraçados comemorando (melhor memória da minha infância com meu pai; ele não era muito presente).

A segunda foi o 7×1 de 2014. Tinha 30 anos e tinha acabado de mudar de São Paulo para Mococa (interior de SP). A minha esposa tinha ido fazer um intercâmbio no exterior, então eu estava só, com meus cachorros e uma casa meio vazia de móveis. Assisti sentado numa daquelas cadeiras de rua, com armação de metal e assento/encosto de um tubo plástico. Fui bebendo minha coleção de cervejas artesanais, com o ritmo aumentando a cada gol. Lá pelo 4º ou 5º já não sabia se era replay ou outro gol, huahuahua”. Francisco José, 38 anos, São Paulo

Seleção Brasileira de 94 comemora a vitória na Copa do Mundo e homenageia o piloto Ayrton Senna, que morreu no mesmo ano. Foto: Lutz Bongarts/Bongarts/Getty Images

Ex-técnico da Seleção, Luiz Felipe Scolari, indicando ao jogador Bernard o placar do jogo, sete para a Alemanha. Foto por: David Gray/Reuters

“A Copa que mais me marcou foi a de 2002, porque foi o ano que o Brasil conquistou o pentacampeonato mundial O jogo foi Brasil e Alemanha, foram dois gols do Ronaldo Fenômeno, os dois no segundo tempo. Então pra mim foi essa que marcou mais”. Jair da Silva, 58 anos, São Paulo

Jogadores Rivaldo, Ronaldo e Gilberto Silva comemoram o Penta. Foto: Alex Livesey/Getty Images

Torcedor Jair da Silva e sua filha em 2002, ano da vitória do Brasil. Foto: Arquivo pessoal

“A Copa que marcou a minha vida foi a de 2002. Por que essa Copa? Primeiro, porque o Brasil venceu? Também, mas não só isso, eu estava grávida da minha filha. Foi um ano muito especial para mim. Eu acordava, a Copa era no Japão então os jogos eram de madrugada, mas super valia a pena assistir. O Brasil estava muito bem, a Seleção estava muito boa, tínhamos o Cafu, o Fenômeno e muitos outros. Eu sempre fui uma torcedora fanática do Brasil. Eu não gosto muito de futebol, mas na Copa eu sempre assisto e torço muito. Então, esse ano foi um ano especial, porque eu estava grávida e o Brasil venceu essa Copa. Então, a Copa da minha vida é a Copa de 2002”. Lucia Moreira, 58 anos, São Paulo

Final da Copa do Mundo de 2002, Cafu ergue a taça e o Brasil se consagra pentacampeão. Foto: Mauro Vieira/Agência RBS

Torcedora Lucia Moreira grávida durante o período da Copa de 2002. Foto: Arquivo pessoal

‘A Copa que mais me marcou foi a de 1958, eu ainda não estava no Brasil, estava lá em Portugal. Eu lembro que o Brasil ganhou, a gente escutou o jogo pelo rádio. O Pelé era o melhor jogador do Brasil. Ele botou vários ‘golos’. Os jogos que a gente não conseguia escutar no rádio, a gente ficava sabendo pelas notícias, as pessoas comentavam bastante sobre a Copa. Os portugueses sempre acompanharam muito e a gente sempre ficava de olho nas notícias sobre a Copa na cidade em que a gente morava. Tinham poucas televisões naquela época, então era tudo pelo rádio ou as pessoas comentavam, as notícias corriam. Aí a gente ficou sabendo que o Brasil ganhou. Eu fiquei muito feliz que o Brasil ganhou. O Brasil ganhou com o Pelé. Os portugueses torcem pelo Brasil, se não tem jogo de Portugal, eles torcem sempre pelo Brasil. Eu também me lembro da Copa de 1962, a minha primeira aqui no Brasil, nós ganhamos de novo”. Maria de Jesus, 84 anos, Portugal

Pelé durante a final da Copa de 1958, jogo entre Brasil e Suécia. Foto: FIFA

Torcedora Maria de Jesus na década de 50

Na final da Copa de 1962 o Brasil disputou a partida com a Tchecoslováquia e venceu. Foto: dpa/picture-alliance

A torcedora Maria de Jesus e sua família já no Brasil, durante a Copa de 1962. Foto: Arquivo pessoal

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube