A copa e o bolsonarismo: tempos de readaptar um símbolo nacional
O trabalho de desvincular o bolsonarismo a camisa da seleção brasileira é algo mais complexo do que aparenta
Por Maria Costa
Nos últimos quatro anos a bandeira brasileira foi usada por políticos e apoiadores da direita conservadora e atribuída ao bolsonarismo, fazendo com que, indiretamente, associemos símbolos patrióticos ao conservadorismo. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva usou suas redes sociais para reafirmar que vai sim usar a camisa amarela da seleção brasileira, já que ela “não pertence a nenhum partido político”.
A Copa do Mundo começa daqui a pouco e a gente não tem que ter vergonha de vestir a camiseta verde e amarela. A camiseta não é de partido político, é do povo brasileiro. Vocês vão me ver usando a camiseta amarela, só que a minha terá o número 13.
— Lula (@LulaOficial) November 10, 2022
O trabalho de desvincular o bolsonarismo a camisa da seleção brasileira é algo mais complexo do que aparenta. O uso de artimanhas como as citadas pelo presidente eleito em seu perfil do Twitter, como a adição do número treze nas costas das camisas, tem feito muito sucesso entre os brasileiros que querem usar suas camisas nas ruas sem serem confundidos com apoiadores de Bolsonaro e da extrema direita.
https://twitter.com/felipeshevbr/status/1590127498205200386
Assim, faltando apenas algumas horas para a estreia da seleção brasileira na copa do mundo, o clima do hexa volta a contagiar os torcedores, que arranjam diferentes jeitos de apoiar a participação do Brasil no evento, sem deixar de se posicionar politicamente.