Desde o início da pandemia de coronavírus no Brasil, 39% dos empregadores de domésticas diaristas abriram mão do serviço destas profissionais, porém, não mantiveram o pagamento das diárias. Tal percentual é ainda maior entre os entrevistados pertencentes às classes A e B – camadas da sociedade em que a renda por pessoa da família é superior ao teto de R$ 1.526 mensais que limita a classe C. Nesse grupo (A e B), o percentual de empregadores que dispensaram as diaristas sem pagamento é de 45%.

A pesquisa indica ainda que 23% dos empregadores e empregadoras de diaristas e 39% dos patrões de mensalistas afirmaram que suas funcionárias continuam trabalhando normalmente, mesmo durante o período de isolamento social.

Segundo o estudo, 39% dos patrões e patroas de mensalistas e 48% dos de diaristas declararam que suas funcionárias estão mais protegidas contra o novo coronavírus: estão em casa, mas recebendo o pagamento normalmente para cumprir o distanciamento social.

Os dados são de uma pesquisa do Instituto Locomotiva, divulgados pela BBC Brasil nesta quarta-feira (22) Para realizar o levantamento, o Instituto entrevistou uma amostra de 1.131 pessoas por telefone, em cidades de todos os Estados da federação. A pesquisa ouviu homens e mulheres com 16 anos ou mais, e tem margem de erro de 2,9 pontos para mais ou para menos.

A pergunta que fica é: como irão sobreviver essas trabalhadoras sem salário em meio à crise pandêmica? No início, muitas campanhas nas redes socias pediam que patrões liberassem as empregadas domésticas mas não só, que mantivessem o pagamento para que pudessem se manter. O trabalho precário, sem renda, e o excesso de atribuições domésticas, com filhos e idosos em casa, fazem dassas trabalhadoras uma das maiores vítimas do coronavírus.