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30º Festival de Vitória tem abertura impactante com filmes sobre luto, saúde mental e aborto
Entre as produções exibidas, o premiado documentário “Incompatível Com a Vida”, de Eliza Capai, foi ovacionado pelo público
Foi dada a largada da semana mais cinéfila do Espírito Santo. Começou na noite de terça-feira (18), a 30ª edição do Festival de Cinema de Vitória, que tem em sua programação diversos títulos imperdíveis, além de outras atividades.
A cerimônia de abertura foi comandada pelo ator Alexandre Barillari e pela comunicadora Bryce Caniçali – ambos responsáveis por apresentar ao público capixaba presente os detalhes desta edição do evento. Também subiram ao palco nomes como Larissa Delbone, produtora executiva do festival, e Fabrício Noronha, secretário da Cultura do Espírito Santo.
“São 30 anos do Festival de Cinema de Vitória. Trinta anos que a gente exibe o melhor do cinema brasileiro e capixaba. Vamos ter muito papo ao longo dessa semana, além de homenagear Elisa Lucinda e falar um pouco dessa indústria que não para”, disse Larissa Delbone ao Cine NINJA.
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Larissa Delbone, produtora executiva do FCV. Foto: Mídia NINJA/Ana Pessoa
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Fabrício Noronha, secretário da Cultura do ES. Foto: Mídia NINJA/Ana Pessoa
O grande destaque da noite foram os filmes exibidos. A abertura contou com cinco curtas-metragens da 12ª Mostra Foco Capixaba, janela exclusiva para produções desenvolvidas por realizadores e realizadoras capixabas. Foram exibidos: “O Passarinho Menino”, de Ursula Dart; “Ruína do Futuro”, de Dorottya Czakó; “Trinca-Ferro”, de Maria Fabíola; a animação “Marcha, Mastro e Fé”, de Arthur Navarro; e “Mångata – Todas as Fases da Lua”, de Marcella Rocha. Entre os temas presentes nas produções estão reflexões sobre luto, saúde mental, bipolaridade e ancestralidade.
Fechando a noite com chave de ouro, o documentário “Incompatível Com a Vida”, de Eliza Capai, abriu as exibições da 13ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. O longa-metragem parte de uma experiência pessoal da diretora, que abre uma conversa com outras mulheres que tiveram vivências parecidas à dela, de viverem uma gestação com o diagnóstico de “incompatível com a vida”, que extingue a possibilidade dos fetos crescerem e sobreviverem após o nascimento. Capai cria um potente e tocante coral de vozes que refletem sobre temas universais: vida, morte, luto e políticas públicas que nos afetam.
A cineasta não pôde comparecer à sessão, mas foi representada pela produtora do filme Mariana Genescá, que se emocionou ao falar sobre o longa. “Queria muito agradecer a Eliza, que é uma pessoa que admiro muito. Esse é o nosso segundo longa juntas, e de lá para cá vivemos muita coisa (…) É um filme que fala de dor, de morte, de luto, mas também é um filme que fala de amor e de vida”, declarou.
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Mariana Genescá, produtora do documentário. Foto: Mídia NINJA/Ana Pessoa
Vale lembrar que “Incompatível Com a Vida” foi o grande vencedor do Festival É Tudo Verdade 2023, estando apto a disputar a uma vaga na categoria de documentário no Oscar 2024.