Imagem do filme Tuã ingugu (olhos d’água)

O 19 de abril, quando se celebra o dia dos povos indígenas, é uma excelente oportunidade para promover a conscientização e gerar debates construtivos sobre a realidade enfrentada pelos povos originários na atualidade. A Cine Ninja selecionou 8 produções audiovisuais para aproximar essa realidade e nos integrarmos mais à cultura indígena:

Tuã ingugu (olhos d’água)
Daniela Thomas (2019) | Não disponível em streaming

O filme de Daniela Thomas, é narrado a partir do ponto de vista dos Kalapalo, etnia que vive no parque indígena do Xingu, o curta é um retrato sobre a natureza, a cidade e os rios, e nos provoca a mesma medida que nos toca, na relação de desconexão da cidade com a natureza, sobretudo os rios, e nos coloca a pensar a partir da narração do cacique Faremá, “como pensamos a água” nos grandes centros urbanos? Já que ali, é através da água dos rios que todo sustento, alimento, bebida, banho e a diversão dos povos originários é possível.

Bela Raízes
Bela Gil (2019) | Amazon Prime

Na minissérie Bela Raízes, ao longo de 13 episódios, Bela Gil viaja por diferentes regiões do Brasil para conhecer o trabalho de mulheres detentoras de conhecimentos tradicionais: seus costumes antigos, a medicina tradicional e os cuidados para uma alimentação saudável. E nos episódios 3, 8 e 12, Bela visita comunidades indígenas e nos mostra sobre o segredo da jiboia -arte gráfica Huni Kuin, a agricultura guarani e o resgate cultural, e a cura da floresta, respectivamente.

A Última Floresta
Luiz Bolognesi (2021) | Netflix

O documentário A última floresta, retrata o dia a dia e a realidade da tribo Yanomani na floresta Amazônica, além de evidenciar a luta do Pajé Davi Kopenawa Yanomani em manter os costumes e tradições presente em sua tribo e o conflito com os garimpeiros devido à contaminação dos rios e solos e a invasão em terras indígena causada por eles.

Guarani e Kaiowá: Pelo direito de viver em Tekoha
ONU (2017) | Não disponível em streaming

Neste documentário produzido pela ONU, é relatado a luta dos povos indígenas Guarani e Kaiowá pela demarcação de suas terras, além da constante busca pela visibilidade dos povos originários.
O documentário também retrata a falta de segurança enfrentada pela comunidade indígena e a falta de medidas públicas efetivas.

Martírio
Vincent Carelli (2017) | Não disponível em streaming

O documentário de 2017 retrata as violências sofridas pelos povos originários Guarani-Kaiowá e a questão indígena no Brasil, nos mostra um panorama histórico além de analisar as questões atuais enfrentadas pelos nativos. O filme ao mesmo tempo que emociona, nos causa revolta na mesma medida.

Maracá: Emergência Indígena
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) | Youtube

A websérie, em oito episódios, disponível nas redes da Apib (@apiboficial) e conta com o apoio de mais de 200 personalidades, artistas, cientistas, ativistas e pesquisadores indígenas e não indígenas de diversos países. Além do registro histórico, a serie tev papel importante na ampliação da rede de apoio e ajuda do movimento indígena no combate dos efeitos da pandemia do novo coronavírus.

Para o formato de série, os oito episódios foram divididos por temas e costurados por textos elaborados a partir de falas de lideranças indígenas brasileiras (Cacique Raoni, Sonia Guajajara, Kretã Kaingang, Marcos Xukuru, Shirley Krenak, entre outros).

Tais discursos são lidos e interpretados pelas personalidades convidadas, enquanto imagens documentais da população indígena ilustram a cena.

Parente: A esperança do mundo
Graciela Guarani (2021) | Youtube

O documentário dirigido por Graciela Guarani, faz uma reflexão em torno da pandemia e dos desafios enfrentados pela comunidade indígena, além de evidenciar a palavra resistência e seus múltiplos significados para os povos originários ao longo da história, o filme nos leva a refletir a sobre a força das artes originarias, linguagens, formas e pensamentos das culturas originarias.

Ex-Pajé
Luiz Bolognesi (2018) | Youtube

Um pajé da etnia Paiter Suruí, se vê obrigado a se converter ao cristianismo após ser acusado de ter “vínculos com o diabo”.A missão evangelizadora comandada por um pastor intolerante é questionada quando a morte passa a rondar a aldeia e a sensibilidade indígena em relação aos espíritos da floresta se mostra indispensável.

Texto com colaboração de Beatriz Almeida