Por Mauro Utida

Em entrevista ao programa Roda Viva, desta segunda-feira (17), o candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) declarou que nesta reta final tentará dialogar mais com o interior do estado levando propostas com o desafio de diminuir a rejeição que o PT tem nessa região.

“Nós vamos focar em mensagens para o interior nessa reta final”, afirma Fernando Haddad sobre desafios de conquistar eleitorado fora da região metropolitana. Na capital paulista, Haddad venceu em 44 das 58 zonas eleitorais da cidade.

Haddad pretende mostrar que é paulista raiz, diferente do seu adversário Tarcísio de Freitas (Republicanos) que não é do estado e se mudou apenas para concorrer às eleições e dar palanque para Jair Bolsonaro (PL). Para o candidato petista, o adversário precisa de pelo menos dois anos para conhecer o estado e alertou para uma possível vinda do Centrão para o estado, caso o candidato dos Republicanos ganhe.

“Não tem como o Tarcísio ter um projeto para São Paulo, ele acabou de se mudar para cá”, diz Haddad.

O candidato petista fez questão de afirmar que o Centrão não vai integrar o seu governo.

“É uma oportunidade que nós temos de isolar o campo fisiológico da política, e que namora um projeto fascista, nós temos a oportunidade fazer uma aliança com os democratas. É muito melhor dialogar com democratas mais conservadores, mas a direta, do que deixar esse pessoal [do centrão] participar do governo como se nada tivesse acontecido. Em São Paulo eu posso assegurar isso”, disse Haddad, que recomendou o mesmo para um eventual governo à Presidência de Lula.

“Nós temos o melhor do Estado de São Paulo a serviço de um governo progressista que faz aliança ao centro. e deixar o Centrão de fora, vai fazer bem para o Centrão virar oposição, quem sabe eles tomam jeito”, completa.

O Roda Viva promove uma edição especial sobre o segundo turno das eleições ao Governo do Estado de São Paulo, no entanto o candidato Tarcísio de Freitas, adversário de Haddad, não participou do programa.

Para o ex-prefeito de São Paulo, o adversário Tarcísio deveria estar presente no programa em respeito ao estado de São Paulo. “Estou disputando a eleição com uma pessoa que caiu de paraquedas nestas eleições”, disse.

Em relação ao tiroteio em Paraisópolis durante agenda de Tarcísio de Freitas nesta segunda (18), o petista declarou que está sendo usado oportunistamente nas eleições. “O próprio Tarcísio descartou a hipótese de atentado político”, declarou Haddad.

Segundo turno

Além de prefeito de São Paulo entre 2013 e 2016, Haddad ocupou outros cargos políticos, como o de Ministro da Educação no Governo Lula, entre 2005 e 2012. Em 2018 concorreu à eleição para Presidente da República e foi para o segundo turno, mas foi o segundo mais votado.

A última pesquisa Ipec, divulgada na última terça-feira (11), mostra que Tarcísio de Freitas (Republicanos) lidera a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes. Enquanto o ex-ministro da Infraestrutura tem 46% das intenções de voto, Fernando Haddad conta com 41% dos votos, segundo o levantamento.

No primeiro turno, o petista ficou com 35,70% dos votos e o estreante nas eleições ficou com 42,32%.