O Brasil foi o último país das Américas à abolir a escravidão, o documento assinado pela Princesa Isabel, marca o fim da escravidão no dia 13 de maio de 1888, no entanto essa conquista só foi possível devido a pressão dos movimento abolicionistas e debate mundial de políticas abolicionistas que se potencializava na época. Grandes nomes masculinos ganharam protagonismo na luta contra a escravidão, no entanto movimentos femininos tiveram uma participação incontestável nessa jornada, como a Sociedade Cearenses Libertadoras e a Ave Libertas, grupo criado em Recife (PE). Confira as principais lideranças e ativistas abolicionistas que estiveram na linha de frente do debate e ações para que essa vitória fosse possível.
Adelina
A charuteira que atuava como ‘espiã’
Se envolveu nas causas abolicionistas e passou a enviava à associação Clube dos Mortos – que escondia escravos e promovia sua fuga – informações que conseguia sobre ações policiais e estratégias dos escravistas.
Maria Firmina dos Reis
Foi a primeira escritora abolicionista, publicava contos, poemas e artigos sobre a escravidão em revistas de denúncia no Maranhão. E chegou a abrir uma escola para crianças pobres, na qual lecionava.
Maria Tomásia Figueira Lima
A aristocrata que lutou para adiantar a abolição no Ceará
Tornou-se uma das principais articuladoras do movimento que levou o Estado a decretar a libertação dos escravos quatro anos antes da Lei Áurea. Ela foi cofundadora e a primeira presidente da Sociedade das Cearenses Libertadoras. Contribuiu com o ato oficial de libertação dos escravos do Ceará, que deu força à campanha abolicionista no país.
Luís Gama
Se tornou advogado autodidata e criou uma nova forma de ativismo abolicionista: entrava com ações na Justiça para libertar escravos. Calcula-se que tenha ajudado a conseguir a liberdade de cerca de 500 pessoas.
André Rebouças
o engenheiro que queria dar terras aos libertos
Dedicou-se integralmente à abolição da escravatura, ajudando a criar a Sociedade Brasileira contra a Escravidão e a Confederação Abolicionista. Publicou diversos artigos em jornais contra o trabalho servil, propondo sempre a conciliação entre as classes. Defendia a liberdade e a distribuição de terras aos libertos.
José do Patrocínio
Entre os abolicionistas negros, José do Patrocínio foi incansável até os segundos que antecederam a assinatura da Lei Áurea. Tornou-se um abolicionista famoso e criou a A Gazeta da Tarde e a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. Além de criar ao lado de André Rebouças, criou em 1883 a Confederação Abolicionista. Estimulou a criação de dezenas de agremiações semelhantes pelo Brasil.
Dragão do Mar
O jangadeiro e prático Francisco José do Nascimento, foi membro do Movimento Abolicionista Cearense, um dos principais da província, a primeira do Brasil a abolir a escravidão. Comandou uma greve de jangadeiros que paralisou as embarcações de tráfico negreiro por alguns dias, causando danos a importações de mais escravos para o país.
Joaquim Nabuco e Angelo Agostini
Nabuco criou o jornal O Abolicionista e Agostini a Revista Ilustrada que serviram de modelo a outras publicações antiescravistas. Advogados, artistas, intelectuais, jornalistas e políticos engajam-se no movimento e arrecadam fundos para pagar cartas de alforria.