
Na Europa, “pedras da fome” ressurgem como alerta para mudanças no clima
Em uma delas está escrito, em alemão, “se você me vir, chore”

Pedra marcando diversas datas no Rio Reno, que atravessa a Europa de sul a norte. Fotos: Wikimedia Commons
A seca que assola a Europa trouxe à tona memórias de um período sombrio: as “pedras da fome”. Comuns na Europa Central, são rochas nos leitos dos rios que só são visíveis quando os níveis de água estão extremamente baixos. Segundo a BBC, desde 2018 elas voltaram a aparecer, fazendo soar o alerta.
Elas trazem mensagens sobre as catástrofes desencadeadas pela falta de água e períodos sofridos de seca das populações que viviam entre os séculos 15 e 19, onde hoje estão países como a Alemanha e a República Tcheca, como conta a BBC.
Os monumentos foram instalados em áreas encobertas pelos principais rios da Europa e com baixo nível dos rios, ressurgiram. Uma dessas inscrições, que data de 1616 já pode ser vista na bacia do Rio Elba, que nasce na República Tcheca e corre pela Alemanha e deságua no Mar do Norte. Em alemão, está escrito: “se você me vir, chore”.
A cidade que conta com mais pedras expostas é Dín, no norte da República Tcheca, onde o rio Plounice deságua no rio Elba, muito perto da fronteira com a Alemanha. Até o momento, doze “Pedras da Fome” ficaram à vista com a baixa do rio. No passado, as pessoas tinham poucos recursos logísticos e tecnológicos para driblar a seca. Então, ela arruinava plantações e tornava difícil ou impossível a navegação dos rios por onde chegavam os alimentos e suprimentos. Com a seca, vinha a fome. Nas últimas semanas, a França e a Espanha tiveram que racionar água.
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