Por Malu Zanotto

O Festival CURAU – Culturas Regionais e Artes Urbanas chega à sua 13ª edição em Piracicaba. Criado em 2012 por Mari Pedrozo e Leo Magnin, que seguem como coordenadores, junto a Mayra Kristina, o festival surgiu como parte das ações culturais desenvolvidas pelo Coletivo Piracema na cidade. Com o objetivo de valorizar as culturas populares e as artes brasileiras — tanto contemporâneas quanto tradicionais — o CURAU consolidou-se como uma joia da programação cultural do interior de São Paulo, encantando o público nas margens do icônico Rio de Piracicaba.

O nome do festival é representado pela sigla de CUlturas Regionais e Artes Urbanas, que diz muito sobre a integração proposta: valorizar a cultura popular, abrangendo não só as culturas tradicionais como também linguagens contemporâneas, promovendo este contato fundamental para a salvaguarda e desenvolvimento das tradições, através de diálogos do novo com o ancestral, do campo com a cidade e da juventude com os mestres.

Para Mari Pedrozo, desde sua criação, o Festival CURAU foi impulsionado pelo encontro de pessoas apaixonadas por cultura, diversas instituições públicas e privadas, grupos, coletivos, bandas, artistas, mestras e mestres, todas movidas pelo desejo de contribuir com um festival gratuito e acessível, capaz de proporcionar uma experiência pioneira. 

“Transcendemos o entretenimento e acessamos, de forma orgânica, o capital intelectual presente nos saberes e nos fazeres de cada pessoa envolvida. E cada pessoa envolvida se reconhece na luta, no corre e na resistência que é a produção independente, assim como na salvaguarda das manifestações populares e tradicionais. Isso é ainda mais significativo considerando o recorte étnico e racial que perpassa essas manifestações, especialmente da população preta e da cultura afro-caipira, bem como, a comunidade LGBTQIAPN+, que tem uma contribuição imprescindível para a cultura contemporânea do país. Há 13 anos, o CURAU revelou a importância de reunir todas essas expressões em um único espaço, mostrando que elas não só poderiam, como deveriam, estar em line-ups de festivais e ocupar todos os tipos de eventos culturais. Essa visão foi absolutamente transformadora e é necessária praticá-la até hoje.”, completa a organizadora.

Através dessa iniciativa, o público tem a oportunidade de se conectar com oficinas, vivências e processos formativos, que agregados à feira de economia solidária e criativa se unem a espetáculos e apresentações em palco, no chão ou em cortejo, dando forma a um festival multi-linguagens atravessado pela cultura popular de todo Brasil, como Batuque de Umbigada, Samba de Lenço, Cururu, Jongo, Capoeira, Maracatu e samba, além de ritmos que integram a nova música popular brasileira.

Em sua 13ª edição, desta vez ocupando o cartão-postal histórico do Engenho Central de Piracicaba, o festival conta com um incrível e diverso line-up composto por Rachel Reis, Kaê Guajajara, Saulo Duarte, Feminine Hi-Fi, Capoeira para Todes, Maikão, Batuque de Umbigada, Baque Caipira, Sandália de Prata, Pimenta Preta, Criando Pontes, Vitória Faria, Roda de Groove part. Eai Jhow, Capoeira Raiz de Angola, e mais atrações a serem anunciadas.

“Se o festival traz o que há de mais moderno e contemporâneo, também traz o tradicional, logo percebemos que essas expressões bebem de fontes históricas e ancestrais, o que faz tudo ter sentido. É por isso que o CURAU abraça sua diversidade de linguagens: tem hip-hop e cururu, viola caipira e vogue. Tem a capoeira Angola e a Capoeira Para Todes. Essa confluência de energias, juntas com o público que se reconhece, se identifica e sente, ou talvez nem se reconheça naquele momento, mas depois entende o que estava acontecendo, é o que faz o festival ser tão relevante e existir, brilhar e resistir por tantos anos. Isso é o CURAU.”, finaliza a gestora. 

O festival, que é independente, marca um importante movimento para a cidade de Piracicaba e região, reunindo e fortalecendo correntes culturais e seus expoentes. A aproximação entre o público e as diversas realidades artísticas e culturais inspira a luta para que o ambiente construído pelo Curau seja parte do cotidiano de toda a população, com arte e cultura sempre à mesa.

Acompanhe mais sobre o Festival CURAU através do Instagram, do canal no YouTube, e confira o e-book de comemoração dos 10 anos de festival.

Serviço

Festival Curau – Culturas Regionais e Artes Urbanas
Quando: 7 a 10 de novembro, das 13h às 22h
Onde: Parque do Engenho Central de Piracicaba, SP
Entrada: Gratuito/ Contribuição consciente (opções disponíveis no Sympla).