Um levantamento recente do jornal O Globo destaca um recorde histórico nas multas aplicadas pelo Ibama, totalizando R$ 451 milhões contra 138 alvos por queimadas na Amazônia e no Pantanal. O montante reflete a gravidade da crise ambiental nessas regiões, onde a destruição da vegetação nativa e o uso indevido do fogo têm aumentado de forma alarmante. A maioria dos autuados é acusada de agir sem autorização da autoridade ambiental, evidenciando a falta de respeito às legislações que visam proteger o meio ambiente.

A Advocacia-Geral da União (AGU) intensificou sua atuação ao entrar com cinco ações civis contra infratores em diversas localidades, buscando recuperar R$ 89 milhões por danos ambientais em áreas como Altamira (PA) e Boca do Acre (AM).

Os impactos das queimadas não se limitam à destruição da vegetação, mas também afetam a vida de comunidades locais e o equilíbrio dos ecossistemas. Um relatório do Ibama indica que o incêndio em Corumbá devastou 333 mil hectares, equivalente a duas vezes a cidade de São Paulo, e não houve medidas de contenção por parte dos responsáveis. A falta de ação efetiva dos proprietários sugere uma possível intenção de transformar as áreas em pastagens para gado, desconsiderando os riscos e as consequências para o meio ambiente.

Apesar do aumento nas multas, apenas 20% são efetivamente pagas sem judicialização, conforme apontado pelo diretor de Proteção Ambiental do Ibama.