Mulheres vivem mais do que homens, mas com saúde pior, aponta estudo
Além disso, as mulheres com dor são frequentemente ignoradas e mal tratadas nos consultórios médicos
Uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet Public Health analisou dados sobre as 20 principais doenças causadoras de morte em todo o mundo, revelando a influência de fatores biológicos e sociais na expectativa e qualidade de vida.
O estudo destacou que as mulheres tendem a sofrer mais frequentemente de dor lombar, depressão e dores de cabeça, enquanto os homens têm vidas mais curtas devido à maior incidência de acidentes de trânsito, doenças cardiovasculares e, recentemente, covid-19. Essas doenças são causas potenciais de morte prematura para os homens.
Os pesquisadores analisaram as diferenças entre os gêneros na incidência das principais causas de doença e morte, abrangendo todas as idades e regiões do mundo.
Segundo Luisa Sorio Flor, uma das autoras do estudo, “ao longo de suas vidas, as mulheres passarão mais tempo com a saúde debilitada, enquanto os homens sofrem de doenças que os matarão mais cedo”. As maiores diferenças entre os sexos surgem na adolescência, período em que as normas de gênero começam a influenciar a vida das pessoas.
A pesquisa também revelou que os sistemas de saúde têm um viés em diagnosticar mais facilmente as mulheres com transtornos mentais, enquanto os homens têm menos probabilidade de buscar ajuda para problemas de saúde mental devido a normas sociais que desestimulam essa busca.
Além disso, as mulheres com dor são frequentemente ignoradas e mal tratadas nos consultórios médicos, como no caso da dor lombar, onde são menos propensas a receber apoio adequado.