Mulheres Vivas: atos em todo Brasil denunciam escalada de violência machista
Casos recentes de violência contra mulher motivam manifestações; veja locais confirmados-
Após uma sequência chocante de feminicídios e agressões brutais registradas nas últimas semanas em diferentes regiões do país afora, mulheres de todos os estados brasileiros organizam para este domingo, 7 de dezembro, a mobilização nacional “Mulheres Vivas”. O lema resume o grito unificado: basta de violência contra as mulheres.
A deputada federal Sâmia Bonfim (Psol-SP), uma das principais articuladoras nacionais do protesto, fez um apelo nas redes: “Nós não aguentamos mais. Vimos casos atrás de casos de feminicídio, violência sexual, espancamento. Chega! Vamos tomar as ruas de norte a sul do Brasil para dizer que queremos viver. É fundamental que a gente se levante agora”.
Já a deputada Érika Kokay (PT-DF) reforçou o convite para o ato na capital: “Chega de silêncio, chega de morte, chega de abandono. Nossa luta é pelo direito de existir sem medo. Traga sua voz, sua força e sua revolta. Por nós, pelas que vieram antes e pelas que ainda precisam viver”.
Sobre os atos, a ativista e candidata ao Senado pelo Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila, afirmou: “Ver essa onda crescer em todo o país mostra que não estamos sozinhas e que, juntas, fazemos história.”
Os números ajudam a explicar a urgência da mobilização. A Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher 2025, divulgada pelo DataSenado em novembro, revelou que 3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica ou familiar só neste ano. Quase 6 em cada 10 vítimas relatam que as agressões começaram há menos de seis meses; 21% convivem com a violência há mais de um ano. O mais alarmante: em 40% dos casos as mulheres não estavam sozinhas no momento da agressão, mas as testemunhas adultas presentes não prestaram nenhum tipo algum de ajuda, o que representa cerca de 698 mil situações em que a vítima foi abandonada por quem estava por perto.
Entre as principais reivindicações do ato nacional estão:
- Delegacias da Mulher funcionando 24 horas com atendimento especializado;
- Ampliação de casas-abrigo e acolhimento imediato;
- Medidas protetivas urgentes e investigações céleres;
- Renda emergencial e autonomia econômica para mulheres em situação de risco;
- Proteção efetiva de filhos e filhas;
- Paridade de gênero em todos os espaços de poder;
- Combate à violência digital e aos discursos de ódio na internet.
As organizadoras reforçam: domingo é dia de ocupar as ruas por todas as que não podem mais estar presentes e por todas as que ainda correm risco.



Veja onde serão os atos neste domingo (7):
- São Paulo – SP: 7/12, 14h, vão do Masp
- Curitiba: 7/12, às 10h, na Pç João Cândido no Largo da ordem
- Cuiabá/Mato Grosso: dia 06/12, às 14h, na Praça Santos Dumond
- Campo Grande/Mato Grosso do Sul: 07/12 às 13h horário local, na Av Afonso Pena (em frente ao Aquário do Pantanal)
- Manaus AM: 7/12, 17h, Largo São Sebastião
- Rio de Janeiro: 7/12, 12h, Posto 5 – Copacabana
- Porto Alegre: 6/12, 17h, Praça da Matriz
- Belo Horizonte-MG: 7/12, 11h Praça Raul Soares
- Brasília – DF e Entorno: 07/12, às 10h, na Feira da Torre de TV
- São Luís – MA: 07/12, às 9h, na Praça da Igreja do Carmo, Feirinha.
- São José dos Campos/SP: 07/12 às 15h no Largo São Benedito
- Belem/Pá (em virtude do ENEM) realizará o ato no sábado dia 06/12 8hs, com concentração no Bulevard Gastronomia



