MTST inicia Ocupação Maria da Conceição Tavares, em Porto Alegre, para abrigar vítimas das enchentes
A nova ocupação recebeu o nome de Ocupação Maria da Conceição Tavares, em homenagem à renomada economista que faleceu aos 94 anos no mesmo dia
Um novo capítulo de resistência e solidariedade se inicia no Centro Histórico de Porto Alegre. Desde o último sábado (8), militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pessoas desabrigadas ocupam o antigo prédio do INSS, localizado na Avenida Borges de Medeiros, 530, ao lado do Mercado Público. A nova ocupação recebeu o nome de Ocupação Maria da Conceição Tavares, em homenagem à renomada economista que faleceu aos 94 anos no mesmo dia.
A Coordenação do MTST está exigindo do poder público uma solução emergencial digna para as vítimas das enchentes que, devido ao retorno das aulas, estão sendo despejadas dos alojamentos montados em escolas.
“O MTST ocupou para mostrar que a adaptação desses imóveis para moradia popular é possível. Assim como as demais organizações políticas da classe trabalhadora, nosso movimento provou potencial de organização coletiva que foi fundamental para as ações de resgate, alimentação e acolhimento de diferentes demandas da população em tempos de eventos climáticos extremos. Queremos juntos construir um futuro digno e com garantia de direitos para toda a sociedade gaúcha”, afirmou Cláudia Ávila, coordenadora nacional do MTST.
O último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul revela números alarmantes: 2.392.686 pessoas foram impactadas pelas enchentes em todo o estado, com 572.781 desalojadas e 30.442 em abrigos. Esses dados destacam a questão da moradia digna como tema central nas discussões sobre as ações de reconstrução.
O movimento defende que as propostas de intervenção emergencial ofertadas pelo poder público precisam incluir, na construção dessas soluções, as vítimas da catástrofe, os movimentos sociais e as associações comunitárias que lutam diariamente pelo direito à moradia digna.
“A ocupação é uma resposta à inação do poder público e uma demonstração clara de que a adaptação de imóveis ociosos para fins de moradia é viável e urgente”, destaca Cláudia.