Mais de 100 mil sacas de café conilon, em grãos, são produzidos, anualmente, nos assentamentos e acampamentos do Espírito Santo

Foto: Adelson Rocha 

 

Neste próximo sábado, dia 22 de julho, o MST realiza a 1ª Festa da Colheita do Café da Reforma Agrária Capixaba, na sede da Cooperativa de Beneficiamento, Comercialização e Prestação de Serviços dos Agricultores Assentados (Coopterra), que fica no Assentamento Vale da Vitória, em São Mateus, no estado do Espírito Santo.

Fundada em 2012, a Coopterra é uma das cooperativas referências na produção dessa cultura, no estado. No Espírito Santo, em assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária, se destaca o cultivo e produção do café conilon, que passou a ser produzido a partir da ocupação desses territórios pelas famílias Sem Terra, em áreas que, antes, estavam abandonadas e não cumpriam sua função social.

O café integra uma das principais cadeias produtivas do MST, presentes no estado capixaba, mas também em Minas Gerais, Paraná, Bahia e Rondônia.

Nos assentamentos capixabas, tal produção é a principal atividade comercial das famílias camponesas. E, agora, com a experiência dos acampamentos produtivos, essa cultura tem se ampliado com relação à produção. Com isso, mais de 100 mil sacas de café conilon, em grãos, são produzidas, anualmente, nos assentamentos e acampamentos capixabas.

Durante o evento, haverá apresentação de novas instalações da cooperativa para o beneficiamento da produção. Além de um momento formativo com João Pedro Stedile, da direção nacional do MST, em um debate sobre: “A cadeia produtiva do café e sua importância no contexto da Reforma Agrária e seus desafios atuais”.

Terra de Sabores

O embrião da Coopterra surgiu por meio da organização da produção de 34 famílias Sem Terra que se integraram à primeira ocupação de terra do MST, no estado do Espírito Santo, em 1985.

Após a conquista do Assentamento Vale da Vitória e por meio da cooperação das famílias, a Coopterra se tornou referência na produção de café e pimenta e, desde 2021, criou a marca Terra de Sabores. Vêm aumentando a produção e comercialização de café, pimenta do reino, além de licores e geleias, e todos esses produtos estão disponíveis para compra na rede de Armazéns do Campo.

Para Adelso Rocha Lima, assentado, produtor de café e dirigente do setor de produção do MST, a celebração da colheita farta faz parte da tradição do povo camponês, representa os frutos do trabalho na agricultura e, com ela, vêm as perspectivas para um novo ciclo do ano.

“O café é um alimento que usamos no despertar do dia, no início das atividades cotidianas. É, também, um alimento de acolhida de amigos, parceiros, familiares”. – menciona Adelso, comentando sobre a esfera simbólica dessa cultura, que está no cotidiano produtivo, alimentar e afetivo das famílias camponesas, assim como no consumo diário do povo brasileiro.

Programação:

9h – Acolhida
10h – Mística e Ato de Abertura
11h – Inauguração das instalações da cooperativa
12h – Almoço
14h – Formação: “A cadeia produtiva do café e sua importância no contexto da Reforma Agrária e seus desafios atuais” João Pedro Stedile – direção nacional do MST
15h – Ato político
18h – Confraternização – Show com Forró Chapéu de Palha, Val Santana e Didiu e companhia