“O mandato precisa ser cassado e o deputado, preso”, defendeu o grupo Judeus pela Democracia.

O Ministério Público Federal abriu uma investigação criminal contra o deputado estadual bolsonarista do Mato Grosso do Sul João Henrique Catan do PL, mesmo partido de Jair Bolsonaro. A denúncia foi oferecida pelo deputado estadual do Rio Grande do Sul Leonel Radde, do Partido dos Trabalhadores. Deputado bolsonarista afirma que ‘fala foi retirada do contexto’.

A abertura de inquérito ocorre após o parlamentar levar uma cópia do livro Mein Kampf, do ditador alemão Adolf Hitler, e o exibir durante um discurso na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, na terça-feira, 7, e defendeu que o livro deveria ser vendido no país.

“É com a apresentação do ‘Mein Kampf’, de Hitler, que peço para que este Parlamento se fortaleça, se reconstrua e se reorganize nos rumos do que foi o Parlamento Europeu da Alemanha”, disse o deputado após duras críticas aos deputados da base governista.

Em sua defesa, João Henrique afirma que não concorda com o teor do livro, mas não explicou o motivo de ter utilizado para supostamente criticar os deputados da base do governo.

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O Supremo Tribunal Federal  já se pronunciou sobre o tema, quando proibiu que uma editora do Rio Grande do Sul fizesse uma reedição da obra. Em 2016, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) proibiu a divulgação do livro e deu aval ao Ministério Público para apreender edições da obra. A lei 7.716/1989 proíbe “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular” itens para fins de divulgação do nazismo.

Em maio do ano passado, o mesmo deputado protagonizou outra controvérsia. Ele se gravou disparando tiros com uma arma de fogo enquanto votava em uma sessão virtual da Assembleia. Na ocasião, ele virou alvo da Corregedoria da Casa, mas não chegou a ser cassado.

“O governo do Estado orientou sua base a votar contra um requerimento simples, que visava detalhar as contratações com cargos comissionados do Estado. Coisa simples, da atividade fiscalizatória e devido exercício da atividade parlamentar. A citação foi justamente oposta a esse sentido, em crítica às estratégias de Hitler para anular o parlamento, corromper a democracia, até que colocou, por meio de infiltrado, fogo no parlamento alemão”, explicou João Henrique em sua defesa.