A Frente Povo Sem Medo e outras organizações populares realizaram um protesto contra a privatização da Sabesp, companhia de água de São Paulo. O ato ocorreu em frente à sede da Equatorial Participações e Investimentos, na zona sul da capital.

Os manifestantes denunciaram a venda de 15% da Sabesp para a Equatorial por R$ 6,9 bilhões, o que a torna a principal investidora da maior companhia de saneamento do país.

José Antonio Faggian, presidente do Sintaema, criticou a privatização, em entrevista ao Brasil de Fato, destacando irregularidades no processo e o baixo valor ofertado pela Equatorial. Segundo Faggian, a oferta de R$ 67 por ação foi inferior ao valor de mercado de R$ 74 e à avaliação independente de R$ 84 por ação. Além disso, ele apontou conflitos de interesse, como a participação de membros do conselho de administração da Sabesp, que anteriormente faziam parte da Equatorial, no processo de modelagem do leilão.

A Equatorial, empresa criada no final dos anos 1990 e com experiência limitada em saneamento, teve um lucro líquido de R$ 2,87 bilhões em 2023. Moisés Ribeiro, da coordenação do MTST, alertou que a privatização resultará em aumento das tarifas de água, afetando principalmente a população periférica e sem teto. Ele também mencionou que a qualidade da água piorou em locais onde houve privatização, citando o exemplo do Rio de Janeiro, onde a água preta se tornou um problema constante após a privatização.

Os manifestantes também criticaram a rapidez e a falta de transparência no processo de privatização, que foi acelerado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e ignorou decisões judiciais contrárias.

*Com informações do Brasil de Fato