Movimentos populares seguem para o quarto dia de ocupação do Incra em Alagoas
Após reunião com representantes do MDA e Incra nacional, organizações continuam mobilizadas em Maceió
Em defesa da Reforma Agrária e contra o desmonte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, organizações camponesas ocupam, desde segunda-feira (29), a sede da superintendência do órgão em Maceió. A ação repudia a nomeação de Junior Rodrigues do Nascimento para superintendência do órgão, substituindo o superintendente exonerado nas últimas semanas, César Lira, ambos indicados pelo presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP). A continuidade da ocupação foi definida após reunião com representantes do Incra e Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA), na tarde desta última quarta-feira (1), em Maceió. Cerca de 400 camponeses e camponesas participam da ocupação.
De acordo com as organizações mobilizadas, o consenso firmado com Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) garantia a nomeação do servidor de carreira do Instituto, José Ubiratan, mas que foram surpreendidos com a nova indicação de Lira para a condução do órgão mais uma vez.
Com faixas, palavras de ordem, bandeiras e ferramentas, os movimentos destacam que não vão aceitar a nova indicação para o cargo e sinalizam uma ampla agenda de luta que paute a nomeação de um superintendente que esteja alinhado aos desafios e expectativas da pauta agrária no estado.
A mobilização levanta ainda a denúncia da relação de Junior Rodrigues com o Incra a partir da prestação de serviço da empresa de sua coordenação para executar o Programa de Habitação Rural, que foi marcada por uma série de problemas na sua condução.
Segundo os movimentos, a nomeação de Junior acende mais uma luz amarela na condução da política agrária em Alagoas que tem sua cadeira rifada aos interesses individuais em virtude das necessidades coletivas das comunidades e organizações camponesas no estado.
A ocupação do Incra SR22-AL continua!
De acordo com nota divulgada pelos movimentos, a reunião com o Incra e o MDA no dia 01 não apontou avanços para as demandas das organizações do campo e, por isso, a ocupação segue mobilizando camponeses e camponesas em defesa da Reforma Agrária.
Organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento Social de Luta (MSL), o Movimento Popular de Luta (MPL), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Terra Livre, Frente Nacional de Luta (FNL) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a iniciativa também pretende dialogar com a sociedade sobre a necessidade da Reforma Agrária para o desenvolvimento do estado.
Confira nota divulgada pelas organizações:
Sem avanços na reunião ocorrida na tarde desta quarta-feira, 1º de maio, com representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA), organizações e movimentos sociais do campo de Alagoas decidiram manter a ocupação do prédio da superintendência no estado, iniciada na segunda-feira, 29.
Aproximadamente 400 camponeses, dentre eles mulheres, crianças e idosos, estão no local para pressionar o governo federal para que retome as políticas de Reforma Agrária em Alagoas.
As organizações denunciam que o novo superintendente, Junior Rodrigues do Nascimento, indicado pelo presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, representa a continuidade do bolsonarismo no órgão, impedindo essa retomada de iniciativas voltadas para as famílias camponesas de acampamentos e assentamentos.
As organizações exigem representatividade política para dar prosseguimento às demandas da luta pela terra e território.