Mourão nomeia 19 militares para Conselho da Amazônia e exclui Ibama e Funai
Conselho que lida diretamente com Meio Ambiente e povos tradicionais não tem representantes dos povos e retirou órgãos criados anos antes para trabalhar com as questões ambientais e indígena.
Um governo que não se preocupa de verdade com o meio ambiente, os povos indígenas e com os povos tradicionais dá mais um passo em sua política de destruição.
O Vice Presidente general Hamilton Mourão formou o Conselho Nacional da Amazônia Legal, que agora passará a funcionar na Vice-Presidência sem representantes do Ibama e da Funai, órgãos que atuam diretamente na proteção ambiental e dos povos da Amazônia e colocou 19 militares nos postos de comando. Os nomes foram publicados no Diário Oficial nesta sexta-feira, 17.
Em fevereiro, Jair Bolsonaro assinou um decreto transferindo o Ministério do Meio Ambiente para a Vice-Presidência, e diversas funções antes atribuídas ao Ibama serão cumpridas por membros do governo que não tem experiência nenhuma com situações vividas pelos povos amazônicos. Além dos militares no Conselho, 4 delegados da Polícia Federal foram indicados pelo ministro Sérgio Moro. A Funai é vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e não tem representantes indígenas.
Enquanto a Amazonia vive um dos seus maiores períodos recentes de maior ameaça, com aumento de 51,45% de desmatamento nos 3 primeiros meses de 2020, queimadas criminosas, invasões de terra e assassinatos de lideranças indígenas e campesinas, o poder público autoriza a destruição e exclui os principais atingidos dos espaços de participação. Mais uma manobra para desmantelar um órgão importante para a proteção dos povos amazônicos e o meio ambiente.