Mortos passam de 1,5 mil após forte terremoto na Turquia e na Síria
Devido ao horário do terremoto, de madrugada, a maioria das pessoas estava dormindo em suas casas
Mais de 1.500 pessoas morreram, e milhares ficaram feridas por um devastador terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o sudeste da Turquia e o norte da Síria, nesta segunda-feira (6), com tremores sentidos até na Groenlândia.
Na Turquia, onde foi registrado o epicentro do terremoto, pelo menos 912 pessoas morreram e quase 5.400 ficaram feridas, segundo o último balanço divulgado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan. Pelo menos 2.818 prédios desabaram com o tremor, o que sugere um número de vítimas muito maior.
Na vizinha Síria, o terremoto provocou ao menos 592 mortes: 371 pessoas morreram, e 1.089 ficaram feridas em áreas controladas pelo governo, enquanto as buscas sob os escombros ainda estão em andamento, segundo o Ministério da Saúde sírio citado pela agência oficial de notícias SANA.
Os Capacetes Brancos, que operam nas áreas controladas pelos rebeldes na Síria, disseram que houve pelo menos 221 mortos e 419 feridos nesses setores.
O tremor foi sentido às 4h17 (22h17 de domingo, no horário de Brasília) e ocorreu a uma profundidade de 17,9 quilômetros, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
O epicentro foi localizado no distrito de Pazarcik, na província de Kahramanmaras, no sudeste da Turquia, a cerca de 60 km da fronteira com a Síria.
Um novo terremoto de magnitude 7,5 atingiu a região às 13h24 (7h24 no horário de Brasília), quatro quilômetros a sudeste da cidade de Ekinozu, de acordo com o USGS. Também houve cerca de 50 tremores secundários, de acordo com Ancara.
Os tremores do terremoto foram sentidos até a Groenlândia, de acordo com o Instituto Geológico Dinamarquês.
É muito provável que o saldo aumente rapidamente, levando-se em conta o número de prédios desabados nas cidades mais afetadas, como Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diayarbakir, no sudeste da Turquia.
Devido ao horário do terremoto, de madrugada, a maioria das pessoas estava dormindo em suas casas.
“Minha irmã e seus três filhos estão sob os escombros. Também seu marido, seu sogro e sua sogra. Sete membros da nossa família estão sob os escombros”, disse à AFP Muhittin Orakci, ao testemunhar as operações de resgate em frente a um prédio em ruínas em Diyarbakir.
“A irmã dele ainda está sob os escombros”, disse uma mulher, apontando para outra vítima inconsolável na mesma cidade.
Aeroportos bloqueados
Por questões de segurança, o gás foi cortado em toda a região, devido a tremores secundários que poderiam gerar explosões.
O Curdistão iraquiano informou que suspenderá as exportações de petróleo através da Turquia como precaução.
Este é o maior terremoto na Turquia desde 17 de agosto de 1999, que causou 17.000 mortes, mil delas em Istambul.
Segundo o vice-presidente turco, Fuat Oktay, pelo menos três dos aeroportos da zona afetada, Hatay, Maras e Gaziantep, foram fechados ao tráfego. A neve e as tempestades que atingiram a região impediram o tráfego em outros aeroportos, incluindo o de Diyarbakir, constatou a AFP.
“Ouvimos vozes aqui e ali. Achamos que talvez 200 pessoas estejam entre os escombros”, disse uma equipe de resgate em Diyarbakir, de acordo com uma transmissão da NTV.
*Com informações da AFP e AP