Política de armamento liderada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) contribuiu para aumentar os ataques às escolas

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Luan Augusto, 16 anos, morreu no Hospital Universitário de Londrina (HU). Ele é a segunda vítima dos disparos de arma de fogo ocorridos no Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé, no Paraná. Na segunda-feira (19), um ex-aluno de 21 anos também matou a tiros Karoline Verri Alves, de 17 anos, que está sendo velada nesta terça-feira (20). Luan e Karol eram namorados.

A família autorizou a doação dos órgãos do estudante. O assassino foi preso. Ele disse à polícia que escolheu suas vítimas de forma aleatória.

De acordo com a investigação, o acusado efetuou pelo menos 16 disparos dentro do colégio.

A política de armamento liderada pelo governo do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro (PL) contribuiu para aumentar os ataques às escolas, avaliou um estudo do Instituto Sou da Paz. Divulgado em maio deste ano, o levantamento mostra que dois dos três casos com maior quantidade de vítimas ocorreram entre 2019 e 2022, mesmo período em que Bolsonaro promoveu a flexibilização das armas no país.

“O estudo mostra que a disponibilidade de armas em residências favorece esse tipo de crime e aumenta a letalidade. Em alguns casos, estudantes tentaram e não conseguiram armas de fogo para usar nos ataques, o que poderia ter aumentado o número de vítimas. Isso coloca em evidência o quão crucial é o controle do acesso às armas”, diz Carolina Ricardo, diretora executiva do Instituto Sou da Paz.

O ministro da Casa-Civil, Rui Costa, disse que o “ex-presidente da República plantou ódio, racismo, preconceito contra mulheres, preconceito contra nordestino, preconceito contra negros“, além de ter colocado crianças para “pegar em armas”.

O caso

Logo após os disparos, a Polícia Militar (PM-PR) foi acionada e chegou ao local em poucos minutos. Segundo a PM, foram encontrados com o assassino uma machadinha, carregadores de revólver e a arma utilizada.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) comunicou que, além da arma, foram apreendidos com o assassino um caderno contendo anotações sobre ataques em escolas, incluindo o ocorrido em Suzano, São Paulo.

A secretaria também informou que a família do assassino revelou que ele é esquizofrênico e está em tratamento para a doença.