Moraes nega pedido de soltura de Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro
Ex-ajudante de ordens deverá ser ouvido pelos parlamentares na próxima terça-feira (4), pela CPMI do Golpe
Alexandre de Mores negou pedido de liberdade e manteve a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que é obrigado a prestar um novo depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (30). Cid é acusado de fazer parte do grupo de militares que tentou um golpe de estado para manter Bolsonaro no poder.
Conforme revelado por mensagens encontradas no celular de Cid, houve conversas de teor golpista com pessoas próximas ao ex-presidente. Além disso, o militar recebeu documentos contendo um roteiro para um possível golpe, o que intensifica as suspeitas.
Atualmente sob custódia desde 3 de maio, quando foi preso durante uma operação da Polícia Federal que investigava a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, Mauro Cid teve seus pedidos de revogação da prisão negados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no último domingo (25). Moraes também manteve detidos Max Guilherme de Moura, Sergio Cordeiro e Ailton Barros.
A decisão do ministro baseia-se no receio de que a soltura dos suspeitos possa prejudicar as investigações em curso. Moraes argumentou que, em liberdade, eles poderiam obstruir a produção de provas, inclusive destruindo ou ocultando evidências, além de estabelecer comunicação com outros indivíduos envolvidos no caso, que surgiram durante a condução dos trabalhos pela Polícia Federal.
Nesta quinta-feira (29), a defesa de Mauro Cid também recorreu ao STF contra a convocação aprovada pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) referente aos eventos de 8 de janeiro. O ex-ajudante de ordens deverá ser ouvido pelos parlamentares na próxima terça-feira (4), em um depoimento que promete trazer mais luz aos fatos ocorridos naquela data.
As investigações continuam avançando no sentido de esclarecer os detalhes sobre a invasão aos poderes e identificar os responsáveis por esses atos de vandalismo. O depoimento de Mauro Cid à Polícia Federal e sua futura participação na CPMI podem fornecer informações valiosas para o desdobramento do caso.