Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira (3) que a Justiça Eleitoral vai apurar os responsáveis por essas manifestações de viés golpista e os responsabilizará por crimes contra o estado de direito.

Moraes classificou como criminosos e antidemocráticos os manifestantes bolsonaristas que contestam o resultam das eleições por meio dos bloqueios de rodovias e que cobram por intervenção militar em atos realizados em frente aos quartéis.


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“O segundo turno acabou democraticamente no último domingo. O TSE proclamou o vencedor. O vencedor será diplomado até o dia 19 de dezembro e tomará posse dia 1º de janeiro de 2022. Isso é democracia, isso é alternância de poder, isso é Estado republicano. Não há como se contestar um resultado democraticamente divulgado com movimento ilícitos, antidemocráticos, criminosos, que serão combatidos e os responsáveis apurados e responsabilizados sob a pena da lei. A democracia venceu novamente no Brasil”, disse o ministro.

Derrotado nas urnas, Bolsonaro levou 45 horas para se pronunciar sobre a disputa. O silêncio do presidente foi usado por grupos extremistas como um salvo conduto para bloquear as rodovias e se manifestar em frente aos quartéis com pedidos de intervenção militar. Na noite da última quarta-feira, 2, Bolsonaro realizou uma transmissão ao vivo para pedir aos seus apoiadores que liberem as vias diante do risco de desabastecimento e dano à economia.

Na sessão desta quinta, Moraes ainda leu diversos relatórios de observadores internacionais que atestaram a segurança das eleições e das urnas eletrônicas. O ministro ainda elogiou a atuação do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, que pediu a atuação de medidas para desbloquear as vias obstruídas por bolsonaristas.

Investigação do diretor da PRF

O Ministério Público Federal (MPF) pediu, nesta quarta-feira (2), que a Polícia Federal (PF) investigue possíveis crimes cometidos pelo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Segundo ofício da Procuradoria da República no Distrito Federal, o inquérito deve apurar blitz realizadas pela corporação durante o segundo turno das eleições e omissão em relação aos bloqueios em rodovias.

Sobre o bloqueio nas rodovias brasileiras, o MPF diz que, se comprovada omissão do diretor da PRF, o caso pode ser considerado prevaricação. Além disso Silvinei Vasques – que declarou apoio a Bolsonaro na eleição – pode responder por “crimes praticados por invasores de rodovias”.