O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que a Polícia Federal investigue uma “vaquinha” que angariou surpreendentes R$ 17,2 milhões para o ex-presidente Jair Bolsonaro. O montante foi arrecadado por meio de doações via PIX entre janeiro e julho de 2023 e levantou suspeitas de irregularidades, além de supostas conexões com investigados em atos antidemocráticos.

A defesa de Bolsonaro alega que as doações são provenientes de milhares de apoiadores, com origem lícita. No entanto, parlamentares afirmam que a maioria dos doadores está sob investigação por financiamento dos atos golpistas de 8 de janeiro. Um exemplo é o empresário Argino Bedin, ex-presidente da Aprosoja, que, em outubro, não respondeu aos questionamentos de parlamentares durante a sessão da Comissão Parlamentar de Mista de Inquérito sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

A PGR argumenta que é necessário investigar a relação entre os dados financeiros e o inquérito sobre uma milícia digital que atua contra a democracia e as instituições.

A “vaquinha” foi anunciada em junho, com diversas figuras públicas divulgando a chave PIX do ex-presidente para coletar doações, alegando que o dinheiro seria usado para pagar multas judiciais. A Justiça de São Paulo já havia bloqueado mais de R$ 370 mil de Bolsonaro por infrações relacionadas ao uso de máscara em eventos. Uma recente decisão da Assembleia Legislativa de São Paulo e do Governo de São Paulo, sob comando de Tarcísio de Freitas, anistiou o pagamento dessas multas.

Veja o resumo: 

  • O Ministro Alexandre de Moraes, do STF, atendeu ao pedido da PGR para investigar uma “vaquinha” que arrecadou R$ 17,2 milhões para o ex-presidente Jair Bolsonaro.
  • Bolsonaro alega que as doações visavam ajudá-lo a pagar multas judiciais, mas surgiram suspeitas de irregularidades nas doações.
  • O Coaf enviou um relatório à CPI dos Atos Golpistas, revelando que o dinheiro foi levantado por meio de doações via PIX, classificadas como “atípicas”.
  • Parlamentares afirmam que a maioria dos doadores da “vaquinha” está sob investigação pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Um deles é Argino Bendin, ex-presidente da Aprosoja, e um dos maiores doadores de Bolsonaro.
  • A PGR acredita que é necessário esclarecer as conexões entre os dados financeiros e o inquérito sobre uma milícia digital que atua contra a democracia e as instituições.