Moradores de Chapada dos Guimarães se reuniram nesta quinta-feira (22) para abraçar o Portão do Inferno, um icônico paredão rochoso localizado a 65 km de Cuiabá. A ação foi uma forma de protesto contra as obras previstas para iniciar na próxima semana.

O projeto, que visa prevenir deslizamentos de rochas e melhorar a segurança na MT-251, envolve a remoção parcial do paredão, o que gerou grande preocupação entre os habitantes locais. Segundo a historiadora e guia de turismo Tulasi Krishna, o paredão é considerado um “patrimônio histórico cultural” e um importante cartão postal da cidade.

“Estamos lutando para proteger um patrimônio paisagístico que faz parte da nossa identidade e história. A obra vai causar um impacto irreversível na nossa paisagem”, afirmou Krishna durante o protesto à Primeira Página.

As obras, que devem começar na próxima quarta-feira (28), fazem parte de um esforço para melhorar a segurança da estrada após uma série de quedas de rochas no final de 2023, que levaram o Governo de Mato Grosso a declarar situação de emergência na região. O processo de retaludamento, uma técnica de terraplanagem para estabilizar terrenos, foi escolhido para minimizar o risco de futuros deslizamentos.

De acordo com a Secretaria de Infraestrutura de Mato Grosso (Sinfra), o Ibama e o ICMBio realizarão ações de controle ambiental para preservar o ecossistema local antes da execução das obras. A vegetação será removida manualmente e as espécies nativas serão resgatadas, enquanto os animais serão capturados e realocados.

A Sinfra também informou que a remoção controlada do maciço rochoso e a construção de taludes são partes do projeto que visa a segurança e a preservação da região. Apesar da ausência de interdições completas na MT-251, os motoristas deverão reduzir a velocidade e seguir a sinalização temporária para garantir a segurança durante as obras.