Após policiais abordarem a manifestação de forma invasiva com bombas de efeito moral, o caveirão circulou no território

Foto: Selma Souza Photo/Voz da comunidade/reprodução

A mobilização em repúdio ao assassinato do estudante Thiago Menezes, de apenas 13 anos, na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, foi reprimida pela Polícia Militar, que utilizou gás de efeito moral, bombas e o caveirão para impedir que os moradores protestassem contra o assassinato.

“O protesto transcorreu de maneira serena até atingir a praça da CDD. No entanto, a situação tomou um rumo tumultuado quando agentes policiais passaram a empregar bombas de efeito moral ao chegarem ao local”, publicou o canal do Twitter Voz da Comunidade.

Após policiais abordarem a manifestação de forma invasiva com bombas de efeito moral, o caveirão circulou no território e um número elevado de policiais permaneceram até por volta da meia noite.

Morte de Thiago

Thiago Menezes Flausino foi baleado com mais de cinco tiros. O assassinato ocorreu na madrugada de segunda-feira, 7 de agosto. Há diferenças significativas entre a versão apresentada pela família de Thiago e a narrativa da Polícia Militar (PM) sobre o ocorrido.

A família afirma que Thiago foi executado pelos policiais e que a cena do crime foi forjada. Eles alegam que Thiago estava em uma moto com um amigo e que foram abordados a tiros pela polícia. Segundo a família, Thiago foi baleado na perna, caiu no chão e ainda estava vivo quando foi executado por um policial. Eles também acusam a PM de adulterar o registro de uma câmera de segurança para esconder a execução.

Por outro lado, a Polícia Militar apresentou três versões diferentes sobre o incidente:

  • A primeira versão afirmava que um “criminoso” ficou ferido em um confronto com a PM.
  • A segunda versão foi apresentada no registro oficial da ocorrência e descreveu uma perseguição de moto, na qual os ocupantes da moto supostamente dispararam contra a polícia, levando a um confronto.
  • A terceira versão, dada posteriormente por um porta-voz da PM, afirmou que Thiago estava na garupa de uma moto onde ocorreu uma troca de tiros com a polícia.
  • A PM também afirmou que apreendeu as armas dos policiais envolvidos e que a Delegacia de Homicídios da Capital está investigando o caso. Eles ainda mencionaram que não possuem câmeras corporais, mas que estão aguardando os resultados da perícia e das imagens de câmeras de segurança para esclarecer o caso.