Desde junho, indígenas realizam manifestações contra o aumento do custo de vida no país; seis pessoas morreram nos protestos.

Foto Fluxus Foto

Por Mauro Utida

O Equador vive uma situação econômica parecida com o Brasil, com a população insatisfeita com o aumento do custo de vida e o preço exorbitante da gasolina, porém os equatorianos – liderados pela poderosa Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) – saíram às ruas para protestar e derrubaram o ministro da Economia, Simon Cueva e outros três membros do gabinete.

Este foi um grande golpe contra o governo de direita do presidente Guilherme Lasso que tem respondido com truculência contra os protestos que tomaram as ruas das principais cidades do país, principalmente em Quito. As manifestações populares se intensificaram em junho e já deixaram seis mortos e mais de 600 feridos.

As manifestações cessaram temporariamente após um “acordo de paz” em que o Executivo se comprometeu em baixar em 8% o preço dos combustíveis no país. Assim como no Brasil, o Executivo tem costurado alianças com parlamentares para aprovar auxílios assistências que por lá, consomem mais de US$ 700 milhões de dólares ao ano.

O país está semiparalisado e contabiliza um prejuízo diário de US$ 50 milhões de dólares. A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) é famosa por já ter derrubado três mandatários do país entre 1997 e 2005. Em 2019, uma onda de manifestações devido ao aumento dos preços dos combustíveis deixou 11 mortos e milhares de feridos em confrontos com a polícia.

Na sexta-feira, 1, o governo cumpriu dois pontos do acordo: a queda do preço dos combustíveis subsidiados no país e a revogação do decreto 95, que promovia a atividade petrolífera. O preço do combustível foi reduzido em 15 centavos de dólar, um pouco menos do que foi reivindicado pelas organizações indígenas, que finalmente aceitaram esse valor.

Outra das principais demandas da Conaie foi a revogação do decreto 151 sobre a atividade de mineração. Nesse ponto, as partes concordaram que o governo se comprometeria a reformá-lo para que não haja mais concessões de mineração em territórios indígenas, reservas naturais e outras áreas que a Conaie afirma serem preservadas, como sítios arqueológicos.

Agora, abre-se um período de negociação de 90 dias para tratar de outras pendências, como o cancelamento de dívidas vencidas de até 10 mil dólares a famílias camponesas. Nesta quinta-feira as partes definirão a metodologia de trabalho para os diálogos, que serão instalados na sede da Conferência Episcopal Equatoriana, entidade que também participará como mediadora.

Acordo

Foto Fluxus Foto

Na sexta-feira, o governo cumpriu dois pontos do acordo: a queda do preço dos combustíveis subsidiados no país e a revogação do decreto 95, que promovia a atividade petrolífera. O preço do combustível foi reduzido em 15 centavos de dólar, um pouco menos do que foi reivindicado pelas organizações indígenas, que finalmente aceitaram esse valor.

Outra das principais demandas da Conaie foi a revogação do decreto 151 sobre a atividade de mineração. Nesse ponto, as partes concordaram que o governo se comprometeria a reformá-lo para que não haja mais concessões de mineração em territórios indígenas, reservas naturais e outras áreas que a Conaie afirma serem preservadas, como sítios arqueológicos.

Agora, abre-se um período de negociação de 90 dias para tratar de outras pendências, como o cancelamento de dívidas vencidas de até 10 mil dólares a famílias camponesas. Nesta quinta-feira as partes definirão a metodologia de trabalho para os diálogos, que serão instalados na sede da Conferência Episcopal Equatoriana, entidade que também participará como mediadora.