Ministra Anielle Franco é eleita uma das 12 mulheres do ano pela revista Time
“Nossos passos vêm de longe. Sou a primeira, mas não serei a única”, disse a ministra da Igualdade Racial do Brasil
“Nossos passos vêm de longe. Sou a primeira, mas não serei a única”, disse a ministra da Igualdade Racial do Brasil
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (@aniellefranco) foi eleita pela revista Time como uma das 12 mulheres do ano, em 2023. É a primeira vez que a revista centenária reconhece uma brasileira entre as mulheres mais destacadas do mundo.
O perfil feito pela revista destaca que Anielle teve que assumir a dianteira na busca por justiça pela irmã e pelas causas que ela defendia, como a igualdade racial.
“Estou muito feliz e não chego sozinha, esse reconhecimento não é só meu, é de todas as mulheres negras do Brasil. Chego ao lado de todas elas e do Movimento Negro. Nossos passos vêm de longe. Sou a primeira, mas não serei a única. Que esse marco seja um recomeço para a nossa história e o reconhecimento de toda nossa luta”, comemorou a ministra.
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A Time destaca que Anielle tem hoje 38 anos, a mesma idade que Marielle Franco tinha quando foi assassinada, e hoje é a ministra da Igualdade Racial do governo Lula, responsável por cobrar que o país dê chance a segmentos da população historicamente marginalizados.
“Eu perdi o medo quando eles mataram a minha irmã. Agora eu luto por algo muito maior do que eu mesma”, disse Anielle à publicação.
Além da ministra, a lista inclui nomes como Cate Blanchett, Ayisha Siddiqa, Angela Bassett, Ramla Ali, Phoebe Bridgers, Olena Shevchenko, Verónica Cruz Sánchez, Masih Alinejad, Megan Rapinoe, Makiko Ono e Quinta Brunson.
Ministra da Igualdade Racial
Anielle foi empossada como ministra da Igualdade Racial do governo de Lula em janeiro deste ano, ao lado de Sonia Guajajara, como ministra dos Povos Indígenas do Brasil.
Em um longo discurso, no qual fez um balanço crítico das marcas do racismo na sociedade brasileira, Anielle Franco chamou a atenção para a necessidade de fortalecer políticas de reparação da dívida histórica do país com o povo negro.
“Não podemos mais ignorar ou subestimar o fato de que a raça e a etnia são determinantes para a desigualdade de oportunidades no Brasil em todos os âmbitos da vida. Pessoas negras estão sub-representadas nos espaços de poder e, em contrapartida, somos as que mais estamos nos espaços de estigmatização e vulnerabilidade”, afirmou.
Uma das primeiras atitudes como ministra foi apoiar a equiparação do crime de injúria racial como crime de racismo. O movimento é considerado pelos especialistas como um dos mais importantes do século na busca pela criminalização da prática racista.