Ministério Público da Bahia é acionado para retirada da estátua de Daniel Alves em Juazeiro
Em comunicado, a prefeitura de Juazeiro afirmou que, neste momento, não está considerando a remoção da estátua e destacou que está focada em lidar com “demandas mais urgentes”
A União Brasileira de Mulheres de Juazeiro (BA) e outros movimentos sociais da cidade têm se mobilizado para chamar a atenção dos gestores municipais para a retirada da estátua do jogador Daniel Alves. O atleta nasceu em Juazeiro, onde uma estátua em tamanho real em sua homenagem foi erguida em 2020, em reconhecimento à sua trajetória no futebol nacional e internacional.
Desde a condenação de Daniel Alves por agressão sexual, os moradores de Juazeiro têm exigido que a prefeitura remova a estátua da orla da cidade. Após toda a repercussão, a jovem Manuella Tyler Medrado, militante por direitos humanos e residente do município, instaurou uma solicitação ao Ministério Público da Bahia. O pedido já foi encaminhado à Promotoria de Justiça de Juazeiro.
Em fevereiro deste ano, a estátua amanheceu com tinta, em uma evidente atitude de repúdio. E no dia 8 de março, no Dia Internacional da Mulher, manifestantes exibiram cartazes com frases que ressaltavam a importância de conscientizar a sociedade sobre o respeito aos direitos das mulheres, reforçando a exigência de retirada da estátua, que normaliza a cultura do estupro e a violência contra mulheres.
Em comunicado, a prefeitura de Juazeiro afirmou que, neste momento, não está considerando a remoção da estátua e destacou que está focada em lidar com “demandas mais urgentes”.
Em vídeo nas redes sociais, a ativista Manuella Tyler explica porquê o monumento precisa ser removido, e como a presença da estátua é a validação e celebração das ações, “minimizando a gravidade dos atos e como a imagem é traumática e perturbadora para quem já foi vítima de violências sexuais”.
Explica também quais condutas devem ser tomadas para educação, conscientização e responsabilização dos agressores, evidenciando que a contribuição do jogador ao universo do esporte foi notável, mas que o crime de agressão sexual se sobrepõe a tudo.
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Liberdade provisória
Daniel Alves foi um jogador de futebol brasileiro que alcançou grande sucesso ao longo de sua carreira. Até agosto do ano passado, ele era o maior campeão da modalidade de lateral-direita, acumulando 42 títulos, sendo o segundo jogador com mais títulos oficiais na história do futebol.
Desde o dia 20 de janeiro de 2023, o ex-jogador estava detido na Espanha de forma preventiva devido à acusação de agressão sexual. Acusado de ter estuprado uma mulher de 23 anos em uma casa noturna de Barcelona no dia 30 de dezembro de 2022, inicialmente Daniel afirmou que nem sequer a conhecia; no entanto, posteriormente afirmou “que manteve relações consensuais”.
Nesta quarta-feira (20), a Justiça de Barcelona aceitou o pedido de liberdade provisória de Daniel Alves, concedendo a liberdade para aguardar a sentença definitiva sob pagamento de fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,5 milhões aproximadamente).
Quatro pedidos de liberdade provisória haviam sido anteriormente negados e, em julgamento em fevereiro de 2024, ele foi condenado a quatro anos e meio de prisão por agressão sexual, além de pagar uma indenização de 150 mil euros por danos morais e físicos.