Com a baixa adesão provocada em grande medida por desinformação sobre vacinas, e em resposta ao iminente vencimento das doses contra a dengue em diversos municípios brasileiros, a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou hoje uma medida emergencial de ampliação da faixa etária para a imunização.

Inicialmente destinada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, a vacinação contra a dengue será temporariamente estendida para abranger aqueles com idades entre 6 e 16 anos nos municípios onde os imunizantes estão programados para vencer até o dia 30 de abril. Crianças a partir de quatro anos e pessoas até 59 também poderão receber o imunizante, de acordo com critérios de disponibilidade dos municípios.

A segunda dose da vacina será garantida para todos os que receberem a primeira dose.

“Estamos ampliando, de forma temporária, a faixa etária para as vacinas da dengue que vencem no dia 30 de abril nos municípios que estejam com risco de perdê-las. Em um primeiro momento, orientamos que elas sejam estendidas às crianças e jovens de 6 a 16 anos”, declarou Nísia Trindade em suas redes sociais.

O Brasil enfrenta atualmente a maior epidemia de dengue já registrada em sua história, com mais de 2 milhões de casos prováveis apenas nas 11 primeiras semanas de 2024. Este número alarmante de casos é acompanhado por um coeficiente de incidência de 990,3 a cada 100 mil habitantes, muito acima do limiar estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para caracterizar uma situação epidêmica.

Apesar da gravidade da situação, a adesão à vacinação contra a dengue ainda é preocupantemente baixa, com apenas 30,8% das doses distribuídas aplicadas até o momento. Especialistas apontam falta de percepção do risco, disseminação de notícias falsas e desafios logísticos como alguns dos principais obstáculos para uma maior cobertura vacinal.

O Ministério da Saúde assegurou ter adquirido todo o estoque disponível de vacinas contra a dengue para os anos de 2024 e 2025 e está coordenando esforços para expandir o acesso ao imunizante em todo o país. Em colaboração com o Instituto Butantan e a Fiocruz, a pasta está empenhada em ampliar a produção de vacinas e priorizar ações que visem conter a propagação da doença.